Domingo, 16 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de setembro de 2025
Os riscos para a saúde de Jair Bolsonaro, por conta das complicações decorrentes da facada que ele sofreu em 2018, vão basear o pedido de prisão domiciliar que os advogados do ex-presidente deverão apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima fase do processo da trama golpista. Ao condenar Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão, a Corte determinou o cumprimento da pena em regime fechado. Hoje, o ex-presidente, que tem 70 anos, está em prisão domiciliar determinada em outro inquérito do STF.
Cabem agora os embargos declaratórios, em que os réus podem pedir que a Corte esclareça e decida a respeito de detalhes da sentença. É nessa fase que a defesa de Bolsonaro vai pedir que ele fique em casa durante o tempo da prisão. De acordo com aliados do ex-presidente, a grande preocupação dos médicos é que ele possa sofrer alguma aderência no intestino, o que é comum em casos como o dele.
Em abril passado, Bolsonaro foi internado às pressas após passar mal durante um evento no Rio Grande do Norte, em razão dessas aderências, formas de cicatrização exagerada que fazem com que as paredes do intestino grudem uma nas outras ou na parede abdominal e outros órgãos e acabem por obstruí-lo. Foi a sétima cirurgia do ex-presidente após a facada.
A explicação dada pelos médicos à família e aos advogados de Bolsonaro é que, nesses casos, o risco de novas aderências é alto, e quando acontecem a transferência para uma unidade hospitalar tem que ser rápida.
O pedido de prisão domiciliar também deve elencar outras complicações de saúde, como as descritas na semana passada em uma postagem por um dos filhos do ex-presidente, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL).
Na mensagem, ele escreveu que o pai está com a saúde “cada vez mais debilitada”, “não está bem, mas resiste, mesmo enfrentando soluços e refluxos constantes” e “depende de medicações indispensáveis e extremamente controladas a cada hora para tentar manter sua saúde”.
Os advogados de Bolsonaro alegam que sua situação de saúde é mais grave do que a de Fernando Collor, ex-presidente preso após a condenação em definitivo por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um processo da Lava-Jato, que teve a prisão domiciliar autorizada por Alexandre de Moraes. O ministro acatou o pedido para que Collor ficasse preso em seu apartamento em Maceió em razão de ele sofrer de Mal de Parkinson e apneia do sono.
Caso Bolsonaro tenha que ir para uma unidade prisional, há três opções à disposição do Supremo – todas em Brasília, onde Bolsonaro mora hoje.
Uma é a sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) na capital federal, local que já foi escolhido pela cúpula da PF e está pronto para ser ocupado.
Outra opção é o Batalhão de Polícia Militar em Brasília, onde o ex-ministro da Justiça Anderson Torres passou cinco meses entre janeiro e maio de 2023, após ter tido a prisão preventiva decretada por Moraes.
Uma terceira possibilidade seria uma unidade militar – que, segundo a equipe da coluna apurou, ficaria próxima a um hospital que poderia atendê-lo rapidamente em caso de complicações de saúde. Isso porque, como capitão da reserva, ele tem direito a cumprir pena em uma instalação do Exército. Mas esse cenário tem sido rejeitado pela cúpula da Força. Com informações do portal O Globo.