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Colunistas Só há uma solução para o rombo e as indicações políticas nas estatais: privatizar tudo

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(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Já se passaram quase 30 anos desde que deixei a Diretoria de Desestatização do BNDES. Função que permanece como destaque no meu currículo. Eu estranho, parece que parei profissionalmente no tempo. Mas se colou em mim como tatuagem, algum motivo há de existir. O lado bom é que a privatização não saiu da pauta. Na época, recebi muitos apelidos, o mais divertido foi “carrasca das estatais”, manchete da Tribuna da Imprensa. Vinha carregado de preconceito, tratando a privatização como algo puramente ideológico. Um erro. O País estava falido, era preciso atrair novos investimentos, melhorar a eficiência da economia e, especialmente, colocar o Estado em suas reais funções, aquelas não passíveis de substituição pelo setor privado.

Pelos motivos errados, a Lava Jato ampliou o apoio da sociedade à venda de estatais. O repúdio à corrupção falou mais alto que os benefícios trazidos pela desestatização, como a universalização da energia e telecomunicação e uma alocação mais eficiente dos recursos públicos. A falta de comunicação sobre as vantagens da redução do Estado é responsável por isso; poucos vinculam o sucesso da Embraer a uma bem-sucedida privatização.

Vendo os últimos resultados do conjunto de estatais federais, só lamento não ter feito mais. Muitas empresas ainda permanecem nas mãos do Estado. Coincidência ou não, cada vez que o PT assume o governo, o resultado delas, assim como de seus fundos de pensão, é sofrível, quando não é desastroso.

No ano passado, registraram rombo bilionário, resultado que se manteve no primeiro trimestre.

A União não representa o governo de plantão, e, sim, a todos nós. As ações que detém são patrimônio público. Assim, tem a obrigação de garantir que os escolhidos tenham competência para extrair da empresa os melhores resultados possíveis – obedecendo ao seu estatuto social, é claro. Lucros geram dividendos e recursos para reinvestimento. O Tesouro, guardião das contas públicas, deveria participar ativamente do processo de seleção, mesmo que as empresas não estejam vinculadas ao Ministério da Fazenda. Não é o que acontece.

No caso da maioria das 323 nomeações feitas pelo atual governo, o critério não foi exatamente a competência (a prioridade foi agradar a aliados). A explicação seria a busca de diversidade na gestão. Diversidade não é indicar ex-piloto de Lula para empresa de energia, nem Anielle e Lupi para Tupy, que continua lá. Diversidade é coisa séria.

É desanimador. Só tem uma solução: privatizar tudo.

(Elena Landau – Economista e advogada)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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