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Brasil Sob ameaça de “cartão vermelho”, a equipe econômica do governo adota estratégia do silêncio

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Guedes criticou a estabilidade em pouco tempo de serviço público, um dos alvos da reforma administrativa. (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

A crise interna no governo causada pela proposta da equipe econômica de congelar aposentadorias e pensões para criar o Renda Brasil fez o ministro da Economia, Paulo Guedes, orientar seus auxiliares a não falarem mais sobre o programa social. Na terça-feira (15), técnicos evitaram tocar no assunto até em caráter reservado.

O silêncio no Ministério da Economia foi notado principalmente pela ausência do secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, em uma entrevista coletiva sobre projeções econômicas que havia sido marcada na véspera. O compromisso estava na agenda oficial do secretário.

Rodrigues é apontado como alvo do “cartão vermelho” apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro por ter concedidos entrevistas no domingo defendendo o congelamento dos benefícios previdenciários. Dessa forma, não cumpriu o acordo de só tratar de propostas após as ideias serem debatidas internamente no governo.

A estratégia foi combinada após Bolsonaro ter conseguido formar uma base de apoio no Congresso. O objetivo é não confundir propostas em debate apenas na equipe econômica com os planos do governo, composto por outras áreas.

Presidente parceiro

Duas fontes afirmaram ao jornal O Globo, mesmo em caráter reservado, que a equipe não comentará mais propostas envolvendo o novo programa social e cortes de gastos.

Durante uma entrevista coletiva, o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, resumiu o posicionamento dos técnicos em relação à medida, quando perguntado por jornalistas sobre as críticas feitas por Bolsonaro.

“O presidente da República já se manifestou sobre o assunto e não cabe a mim tecer novos comentário”, afirmou Sachsida.

Para ele, as discussões não podem ser feitas em público:

“O presidente é um parceiro na agenda de reformas pró-mercado. Nós fomos eleitos com essa pauta. Você olha o grande apoio que o ministro Paulo Guedes tem nessa pauta e nós estamos avançando. O que me parece que o presidente Bolsonaro coloca corretamente é que as discussões não podem ser públicas. Você não pode ficar lançando ideias publicamente”, disse.

A fala do presidente fez com que a saída de Rodrigues do governo fosse considerada uma possibilidade, mas esse risco foi reduzido após uma reunião entre o secretário e o presidente.

O auxiliar de Guedes já vinha sendo alvo de fogo amigo da ala desenvolvimentista, que defende a ampliação de gastos. Waldery é um defensor do ajuste fiscal.

Esta não é a primeira vez que desentendimentos entre os planos da equipe de Guedes e o posicionamento de Bolsonaro geram ruídos.

“Ruídos da democracia”

No ano passado, a defesa pública da criação de um imposto sobre transações financeiras nos moldes da antiga CPMF causou a demissão do então secretário especial da Receita Federal Marcos Cintra. Nos meses seguintes, integrantes da equipe econômica evitaram comentar o assunto.

Apesar do receio de técnicos em comentar as medidas, o próprio Guedes afirmou na terça que as divergências fazem parte do “barulho da democracia”. Mas criticou o que considera uma interpretação errada das propostas do governo.

“A democracia é barulhenta, então faz aquele barulho todo. Mas não prestem atenção no barulho, prestem atenção no sinal. O sinal é: as reformas estão progredindo, a economia está voltando.”

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