Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 2 de abril de 2019
O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo ofereceu nesta terça-feira (2) denúncia à Justiça contra o ex-presidente Michel Temer (MDB), e a filha, Maristela Temer. A denúncia se baseia no crime de lavagem de dinheiro com agravo de ser praticado por associação criminosa. João Batista Lima Filho, o Coronel Lima, e a sua mulher, Maria Rita Fratezi, são acusados pelos mesmos crimes.
Para a força-tarefa da Lava Jato, a reforma da casa da Maristela Temer foi financiada com dinheiro desviado das obras da usina nuclear de Angra 3. A denúncia é desdobramento do chamado inquérito dos portos, que investigou se o então presidente da República Michel Temer tinha favorecido empresas do setor portuário com a edição de um decreto.
Prisão
A denúncia do MP paulista ocorre 12 dias após o ex-presidente ser preso pela Lava Jato do Rio. Ele foi solto no último dia 25 de março por meio de decisão do desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Temer responderá por corrupção passiva, peculato – quando o funcionário público tira vantagem do cargo – e lavagem de dinheiro por desvios em obras da Usina Angra 3, no sul fluminense.
O ex-presidente já é réu em processo por corrupção envolvendo o grupo JBS – conhecido como o caso da mala. Nas duas denúncias oferecidas pelo MPF, o desvio calculado é de R$ 18 milhões das obras de Angra 3, além de pagamento de propina de R$ 1,1 milhão.
Réus
Também viraram réus João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima, tratado como operador financeiro do ex-presidente, e o ex-ministro emedebista Wellington Moreira Franco. O ex-ministro e o ex-presidente teriam atuado para nomear Othon Luiz Pinheiro como presidente da Eletronuclear e operar os desvios de dinheiro. Othon e suas filhas, Ana Cristina da Silva Toniolo e Ana Luiza Barbosa da Silva Bolognani também são réus por evasão de divisas. As duas são acusadas de manter contas ilegais no exterior com cerca de R$ 60 milhões.