Terça-feira, 14 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 23 de maio de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Da manhã à noite, as circunstâncias da maior crise política da história brasileira giram mais do que ventoinha de aeroporto em dia de vento forte.
A resistência do presidente Michel Temer será testada, hoje à tarde, quando projetos de interesse do governo entrarem em debate nas sessões plenárias da Câmara dos Deputados e do Senado. Se for bem sucedido, Temer poderá respirar sem aparelhos. Caso sofra revés, não haverá medicamento que salve.
No meio do caminho
O presidente Michel Temer tinha duas áreas em que não podia errar. Para a Economia, escolheu equipe de primeira, cujos resultados surgiram com a redução da taxa de juros e da inflação. Na Política, fez concessões demasiadas. Deveria ter usado outra via, sucedendo a um governo que deixou o poder após o julgamento por ilicitudes. Para culminar, ele mesmo cometeu absurdo sem precedentes ao se encontrar empresário de muita reputação…
Missão quase impossível
O ministro Meirelles dedicou parte do dia de ontem para conversar por telefone com investidores estrangeiros na tentativa de tranquilizá-los sobre a crise. Vai repetir os contatos hoje, buscando reverter o quadro cada vez mais complicado. Seu argumento é que a Economia está blindada da politicagem. Não é bem assim.
Possibilidade
Por mais que o PMDB corra há muitos anos atrás do poder, não poderá lançar candidato à eventual eleição indireta, porque seria admitir a culpa de Michel Temer. O PT não tem votos suficientes para chegar à vitória. O PSDB está desgastado com as denúncias contra Aécio Neves. Abre-se um brecha para indicados por partidos pequenos e distantes da turbulência. O senador Álvaro Dias, ex-governador do Paraná, é um deles.
O mais vantajoso
A notícia bombástica das denúncias de corrupção, feitas pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, veio acompanhada de polêmica: os benefícios concedidos pela Justiça aos executivos do grupo JBS. O acordo de delação premiada, que se tornou o mais vantajoso dos já firmados na Operação Lava Jato, livra-os de qualquer punição pelos crimes que confessaram ter cometido ao lado de políticos, funcionários públicos e outros parceiros.
Parou
Há mais de um ano está na fila de votações da Assembleia Legislativa o projeto de lei do deputado estadual Elton Weber, que garante a posse e a propriedade de terras aos pequenos agricultores, empreendedores e pecuaristas do Rio Grande do Sul, impedindo perdas por demarcação de território indígena ou quilombola.
Falta credibilidade
Cresce o número de profissionais autônomos que se negam a contribuir para o INSS sob alegação bastante evidente: não confiam no sistema que deve garantir aposentadorias e pensões.
Fritura
A 23 de maio do ano passado, quando a gestão Temer chegava ao 12º dia, uma gravação derrubou o ministro do Planejamento, Romero Jucá. Na conversa com Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, Jucá sugeriu medidas para enfraquecer a Operação Lava-Jato.
Figurino
Alguns setores públicos brasileiros se tornaram líderes na produção de máquinas de multiplicar ineficiência.
Carência vergonhosa
Caos é isto: o Ministério da Saúde reconhece que há 800 mil pacientes esperando por cirurgias no País, sendo 182 mil de traumatologia e ortopedia.
Como está
Do Oiapoque a Chuí, a País vive sob domínio do boato. Nunca fez tanta falta um detector de mentiras.
Próximo capítulo
Aécio Neves deve perder o mandato e ficar sem o foro privilegiado. Em breve, terá encontro com o juiz Sérgio Moro em Curitiba.
Tática política
Antigo ditado: governo que não bate apanha. Outro: saiba tudo sobre seu adversário.
Avassalador
Nas telas das principais capitais, está em cartaz o filme de suspense O Poder de um Gravador.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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