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Variedades Tony Ramos lembra nu na TV e fala da fama de “bom moço”

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(Foto: TV Globo/Divulgação)

Tony Ramos completa 72 anos nesta terça (25). Isolado em casa, na Barra, vai comemorar com almoço ao lado da mulher, Lidiane Barbosa, e da sogra, que mora com o casal. Os parabéns dos filhos (o médico Rodrigo, de 49 anos, e a advogada Andréa, de 47) e dos netos (Henrique, 20, e Gabriela, 16) receberá à distância, por Facetime.

Nada que abale a felicidade do ator, que vibra por chegar à nova idade cheio de trabalho. Tony está no longa “Aos 45 do segundo tempo”, dirigido por Luiz Villaça, e escalado para a próxima novela que João Emanuel Carneiro escreve para o horário das 21h da Globo.

Em entrevista ao Jornal O Globo, ele comenta a da fama de bom moço, lembra o primeiro nu masculino em novela brasileira, protagonizado por ele em 1977 e diz por que não se envolve com política.

1) Como será lidar com os novos protocolos de gravação pós-pandemia, que incluem pausas para desinfetar cenários e efeitos para parecer que atores estão contracenando sem estar?

Nós atores somos guerreiros. Vai ser difícil no começo, vamos estranhar. Mas, os protocolos existirão enquanto a vacina não acontecer. O uso da máscara será cotidiano. Irei ao banco ou à TV de máscara. São novos tempos. Mas depois que a ciência nos apontar, a vida volta ao normal. Não chamo de “novo normal”, porque “normal” é ser íntegro, tratar bem o próximo do jeito que ele é, do modo que ele pensa, respeitar a liberdade e a opção sexual alheia.

2) Nem sempre é assim. “Torre de Babel”, por exemplo, foi rejeitada pelo público no início justamente por ter um casal de mulheres e tratar de assuntos como uso de drogas. Qual é a importância da TV nesse diálogo sobre comportamento com o espectador?

Não se pode seguir uma cartilha esquecendo-se da vida ao lado, empurrar para debaixo do tapete o que te incomoda. É fundamental discutir o que nos rodeia, novos hábitos, maneiras de ser. Não tenho tatuagem porque não gosto, mas não tenho o direito de apontar o dedo. Sou conservador no meu pensamento. Não retrógrado, mas conservo o respeito às liberdades do próximo. Um artista como eu não propõe ao espectador intimidade, mas diálogo. Quando a novela causa ruído, é importante o espectador se manifestar, mas também não ceder ao que ele acha que está sendo agressivo. A televisão me fascina porque é o sinal aberto de uma antena.

3) Você protagonizou o primeiro nu masculino em novela brasileira, em 1977, em “O Astro”. Como foi isso em plena censura imposta pelo regime militar?

Um susto! Não é confortável ficar nu. Noventa por cento dos colegas, se forem sinceros, vão dizer que não é. Invade a privacidade. Era uma época difícil, mas dona Janete Clair (autora) e o Daniel Filho (diretor) negociaram com a censura: “Essa personagem vai fazer um voto a São Francisco de Assis, renunciando ao dinheiro do pai, inclusive a roupa do corpo que o dinheiro do pai compra”. Foi uma cena iconográfica. E lá fui eu, peladão, circulando pelos cenários, pela externa. Sou pródigo em pelos, todos eles eriçados de constrangimento. Ator não tem que ter amarras. Depois, fiquei nu em “O sorriso do lagarto”. O problema não é o nu, mas por que estar nu. Paul Newman nunca ficou. Um vez perguntaram a ele: “Você nunca ficou nu?”. E ele: “Por que? É necessário se não eu não entro no clube?” (risos). O nu pelo nu, por sensacionalismo, acho um lixo.

4) Por muito tempo, você foi a cara do bem da TV brasileira. Nos últimos anos emendou vilões. E vem outro sangue ruim por aí, um empresário de caráter duvidoso, na novela do João Emanuel Carneiro?

Caráter duvidoso e otras cositas más que vão deixar você de cabelo em pé (risos). Mas ele também é humanizado por atitudes que farão o espectador dizer: “Quem é esse cara?”. É isso que me interessa: deixar quem assiste desconfortável, instigar.

5) Todo mundo diz que você é generoso, do bem, educado,  engraçado. Tony Ramos seria a única unanimidade nesse Brasil polarizado?

Garanto que não. Deve ter gente que me olha e diz: “Que cara chato, careta. Fica vendendo a imagem, o mesmo casamento, a mesma vida..”. Pra mim, não é rotina. Rotina é esse cara falar mal, porque é mal amado, mal resolvido. Não suporto quem diz: “A vida é assim”. A vida não é assim, a vida vai nos surpreender sempre. Vivamos e respeitemos. Esse é meu lema.

6) Você sempre manteve distanciamento com relação à política. Só se manifestou nas ‘Diretas Já’…

Jamais pisei num palanque político e, pode cobrar, jamais pisarei. Você não faz ideia de quantas ofertas de campanha política já recebi. Não critico quem faça, mas não quero. Nunca tive rabo preso com nenhum partido. Como artista popular não quero induzir ninguém a nada. Principalmente, ao voto. Quero ter distanciamento crítico para poder cobrar, dizer “que decepção”. As “Diretas Já” eram suprapartidárias, a busca do povo pela democracia plena. E podem inventar o que quiser, nada melhor que ela, que também exige algo difícil, que é não impor a sua opinião.

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https://www.osul.com.br/tony-ramos-lembra-nu-na-tv-e-fala-da-fama-de-bom-moco/ Tony Ramos lembra nu na TV e fala da fama de “bom moço” 2020-08-23
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