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Mundo Traições, aborto e fake news: Boris Johnson colecionava mentiras

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Decisão do parlamentar resultará em uma eleição suplementar imediata. (Foto: Divulgação/BBC)

Nos três anos em que esteve à frente do governo britânico, Boris Johnson colecionou polêmicas e mentiras, que, somadas à crise econômica do Reino Unido, o levaram a renunciar à liderança do Partido Conservador na última semana. É o primeiro passo para deixar o cargo de premiê ainda este ano. Mas a falta de apego com a verdade e a tendência de acreditar que as regras eram para outras pessoas começaram muito antes de ele enveredar pela política.

“Boris às vezes parece ofendido quando criticado pelo que corresponde a uma grande falta de responsabilidade”, seu professor Martin Hammond escreveu sobre o Boris de 17 anos, segundo a BBC. “Honestamente acho que ele acredita que somos rudes ao não considerá-lo uma exceção, alguém que deveria ser liberado da rede de obrigações que a todos vincula.”

Em 1987, Boris foi demitido do jornal The Times, onde fazia um estágio, por inventar para uma matéria uma citação de Sir Colin Lucas, famoso historiador e ex-reitor da Universidade Oxford. Lucas é padrinho de Boris. Mais tarde, Boris descreveu o incidente como seu “maior erro”. No entanto, acabou se provando apenas um percalço, já que no ano seguinte conseguiu um emprego no Daily Telegraph.

A impressão que deixou no período que ficou nesse emprego não parece muito abonadora, porém. Em um artigo para o Observer, Max Hastings, editor que o empregou no Daily Telegraph, previu que o governo de Boris “quase certamente revelaria desprezo por regras, precedente, ordem e estabilidade”.

O ex-primeiro-ministro também mentiu sobre diversos casos durante seus dois primeiros casamentos e sobre o aborto da jornalista Petronella Wyatt, uma de suas amantes, com quem se relacionou por mais de quatro anos.

Em 2004, ao então líder do Partido Conservador, Michael Howard, negou a relação com Wyatt, que alegou que Boris pagou para que interrompesse a gravidez. Este incidente fez com que fosse demitido da vice-liderança do partido, após se recusar a sair por conta própria.

Já à frente do Parlamento britânico, Boris mentiu sobre quem pagou pelas suas luxuosas férias no Caribe, em 2019; sobre sua errática resposta inicial à pandemia de covid-19; e sobre a reforma da residência oficial, que, segundo a imprensa britânica, custou cerca de 200 mil libras esterlinas (aproximadamente R$ 1,3 milhão) – bem acima das 30 mil libras a que os premiers têm direito para tal finalidade.

Sua mentira mais famosa, porém, talvez seja sobre o que ficou conhecido como “partygate”, um escândalo de meses desencadeado pela revelação de que festas foram realizadas em Downing Street, sede oficial do governo, quando os britânicos estavam em quarentena para conter a Covid-19. Boris, de início, negou ter participado dos eventos, até que vieram à tona fotos suas na celebração.

Por dias, Londres também disse que o premier não sabia das denúncias de assédio sexual contra o vice-líder da bancada do Partido Conservador, Chris Pincher, acusado de apalpar dois homens em uma festa em um clube privado londrino. O fato de ser o quarto caso do tipo desde abril a vir à tona não ajudava primeiro-ministro, mas o governo insistiu por dias que Boris não tinha conhecimento sobre “acusações específicas” de má conduta do aliado.

O governo só mudou sua versão após um servidor público afirmar na terça que o premier havia sido informado sobre o assunto. Horas depois, Londres admitiu que o premier obteve conhecimento sobre as acusações em 2019, mas se esqueceu.

Sem integrantes do Gabinete dispostos a defendê-lo publicamente, Boris deu uma entrevista à BBC pedindo desculpas por não só ignorar as acusações, mas também por promover Pincher em fevereiro. Mas a revelação dessa mentira foi o golpe final contra os dias de Boris como primeiro-ministro.

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