Quarta-feira, 21 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 17 de janeiro de 2021
Diferente de outros ex-presidentes, Trump sinaliza que quer voltar.
Foto: Official White House Photo/Shealah CraigheadNa próxima quarta-feira (20) em Washington, Donald Trump deixa o posto de presidente dos Estados Unidos, embora não vá, conforme já anunciou, participar da transmissão de cargo para o eleito Joe Biden. Diferente dos antecessores vivos, a posição que ocupa inspira menos reverência, após o recente incidente da invasão do Capitólio e do segundo impeachment, aprovado pela Câmara dos Deputados e que segue para o Senado. Por outro lado, gera insegurança, pelo caráter belicoso das manifestações em seu favor e pela intenção de voltar ao cargo.
O fato de Trump ainda receber rotineiros relatórios de inteligência e acesso a informações confidenciais também gera inquietação entre especialistas de segurança. Alguns consideram que Trump pode representar um potencial risco à segurança nacional, como Susan Gordon, vice-diretora de Inteligência Nacional entre 2017 e 2019, que, em artigo no jornal “The Washington Post”, considera Trump “extraordinariamente vulnerável a maus atores com más intenções”.
A preocupação dos especialistas é tanta que fez com que o ensaio da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, fosse adiado.
À CNN, Carlos Gustavo Poggio, especialista em relações internacionais, afirmou que o cancelamento do ensaio faz todo sentido, já que Trump criou uma narrativa delicada do ponto de vista da segurança, após as constantes afirmações de fraude nas eleições.
“Biden talvez seja o presidente que tenha mais risco de ser assassinado do que os últimos presidentes americanos. Kennedy foi o último deles. Antes dele, outros três foram assassinados. O primeiro foi Abraham Lincoln, depois da guerra civil nos Estados Unidos”, disse o especialista.
Os demais ex-presidentes vivos deixaram o cargo sem intenção voltar à vida política, embora sejam líderes e influenciadores. Já Trump deixou explícita a vontade de voltar ao cargo, após seguir afirmando, mesmo sem provas, que a eleição foi fraudada.
Trump tem o pior índice de aprovação em quatro anos: 29%, conforme pesquisa do Pew Research Center. Em torno de 75% dos ouvidos na pesquisa responsabilizam Trump pela invasão do Congresso.
Mesmo se for condenado ao impeachment, Trump terá direito, como ex-presidente, à proteção vitalícia do Serviço Secreto e a uma pensão de US $200 mil anuais, que se somam à sua fortuna prévia.