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Rio Grande do Sul Três cidades gaúchas querem mudar bairros inteiros para áreas não inundáveis

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Indústria gaúcha representa 6,6% da economia nacional. (Foto: Defesa Civil/RS)

Três cidades severamente atingidas pelas enchentes do Rio Grande do Sul planejam mudar parte da área urbana para fora da região sujeita a inundações. São localidades de pequeno porte, situadas em calhas de rios, e que enfrentaram de dois a quatro desastres naturais em menos de um ano.

Para especialistas, outras cidades deveriam seguir o exemplo de Barra do Rio Azul, Muçum e Cruzeiro do Sul e não reerguer as estruturas destruídas no mesmo lugar. As mudanças climáticas trarão novas enchentes, dizem eles.

Na sexta-feira (10), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, disse ter pedido que o levantamento de impactos da Defesa Civil também inclua a identificação de localidades que possam eventualmente não ter mais população fixa.

“(Teremos) um olhar específico para aquelas cidades que terão a necessidade de um planejamento excepcional de transferência de locais inteiros, o que vai envolver um custo multibilionário”, disse.

Em Barra do Rio Azul, de 1,7 mil habitantes, no norte do Estado, o prefeito Marcelo Arruda (PTB) quer levar o comércio e as casas que estão nas margens dos Rios Paloma e Azul a uma área mais distante, fora da região de inundações. A nova área urbana ficará a 600 metros do centro atual, em terreno mais alto.

O plano é dar os lotes como permuta pelos terrenos hoje ocupados. Ainda não há prazo para o início da mudança, mas Arruda diz não querer esperar uma nova enchente. O prefeito, que é vice-presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul, espera obter uma linha de financiamento junto ao governo federal para que os moradores possam erguer as novas casas.

Vale do Taquari

Em Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari, que teve bairros inteiros arrasados pela correnteza do rio, a prefeitura já decidiu que as casas destruídas não serão reconstruídas no mesmo local. “Vamos buscar uma área com até 60 hectares (cada hectare equivale a um campo de futebol) em lugar seco para mudar as famílias e o comércio”, disse o secretário de Obras, Paulo Nascimento. Cerca de 850 pessoas estão em abrigos e a estimativa é de que mil casas foram destruídas nos bairros Passo de Estrela, Zwirtes, Bom Fim e São Miguel.

Já em Muçum, desde a enchente de setembro de 2023 o prefeito Maurício Trojan (MDB) estuda a realocação de famílias e empresas que estavam em áreas inundáveis. Desta vez, os temporais vieram acompanhados de grandes deslizamentos e os danos materiais foram maiores.

Parte dos 4,6 mil habitantes não quer ficar no mesmo local e muitas famílias planejam mudar de cidade, o que também preocupa o prefeito. “Agora, o futuro de Muçum é um grande ponto de interrogação.”

Ordem

A cidade de Eldorado do Sul teve ordem de esvaziamento pela prefeitura nesta semana, após ser inundada. A área urbana do município de 40 mil habitantes foi completamente tomada pela enchente, e centenas de carros ficaram abandonados. Banhada pelo Lago Guaíba, a cidade fica na margem oposta à de Porto Alegre.

Para Marcelo Dutra da Silva, professor de Ecologia na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), os prefeitos estão percebendo que a estratégia de reconstrução das cidades atingidas tem de vir acompanhada de prevenção e adaptação às mudanças climáticas. “Há pouca preocupação com o novo período de mudanças climáticas que estamos vivendo. A gente continua construindo nossas cidades em áreas de inundação.”

Segundo Eduardo Leite, a transferência de locais inteiros envolverá “um custo multibilionário”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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https://www.osul.com.br/tres-cidades-gauchas-querem-mudar-bairros-inteiros-para-areas-nao-inundaveis/ Três cidades gaúchas querem mudar bairros inteiros para áreas não inundáveis 2024-05-11
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