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Brasil Três réus da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro devolveram quase 4 milhões de reais em troca de redução de pena ou absolvição

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O dinheiro foi depositado por réus da Operação Saqueador. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Três ex-funcionários da Delta Construções, réus da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro, devolveram R$ 3,75 milhões em troca de redução de pena ou absolvição. Eles se dizem arrependidos dos crimes que cometeram. O dinheiro veio de um esquema de lavagem de dinheiro de obras públicas, como a reforma do Maracanã.

O dinheiro foi depositado por réus da Operação Saqueador, de junho de 2016, quando o então dono da Delta Construções, Fernando Cavendish, e os operadores Adir Assad e Carlos Alberto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foram presos.

A empreiteira usava empresas de fachada criadas por Assad e Carlinhos Cachoeira para lavar R$ 370 milhões desviados de obras. Segundo o MPF (Ministério Público Federal), esse dinheiro era usado para pagar propina a agentes públicos – 23 pessoas foram denunciadas pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O juiz Marcelo Bretas já ouviu as testemunhas de acusação e de defesa, além dos réus – o processo está pronto para sentença.

Em um dos pedidos ao juiz, o réu Carlos Roberto Duque Pacheco se disse arrependido dos fatos que é acusado e quis demonstrar sua real intenção em colaborar para a diminuição de suas consequências danosas.

Ele afirmou ter colaborado com a apuração dos crimes ao confessar que havia, de fato, autorizado sua funcionária e co-ré, Cláudia Salgado, a providenciar contratos fictícios com as empresas fantasma de Assad.

Pacheco também afirma que auxiliou na apuração do suposto crime de lavagem de dinheiro desviado das obras do Maracanã ao confirmar que Cavendish havia lhe dito que parte do montante dos contratos com as empresas de Adir Assad – um total de pouco mais de 2 R$ milhões – teriam sido utilizado no pagamento de propina.

Segundo Pacheco, a propina foi paga por causa de um acerto feito entre Cavendish e o então governador do Rio, Sérgio Cabral na licitação das obras do Estádio do Maracanã.

O ex-diretor da Delta disse, ainda, que além de colaborar com a Justiça em seu interrogatório, depositou R$ 2,5 milhões e pediu, caso não seja absolvido, que sua pena seja diminuída em dois terços, o máximo previsto em lei.

Também ré no processo da Operação Saqueador, a funcionária de Carlos Pacheco, Cláudia Salgado, fez o mesmo pedido ao juiz Marcelo Bretas. Ele lembrou ter ajudado na investigação do crime de lavagem de dinheiro desviado das obras do Maracanã, quando afirmou em juízo que Cavendish determinava que ela entregasse dinheiro a Carlos Miranda, apontado pela Lava-Jato como o homem da mala de Cabral.

Segundo Cláudia, nessa época ela não sabia que o dinheiro era fruto de corrupção e nem que Miranda era emissão do então governador.

Por fim, Cláudia Salgado afirmou à Justiça que, para demonstrar seu interesse em reparar as consequências de sua conduta, juntou ao processo o comprovante de depósito de R$ 250 mil.

Outro ex-diretor da Delta, Aluízio Alves de Souza, também informou ao juíz que quer colaborar com a investigação e que tem profundo arrependimento – ele anexou um comprovante de depósito judicial no valor de R$ 1 milhão para restituir de forma voluntária eventuais prejuízos aos cofres públicos.

O MPF ainda não se manifestou sobre os pedidos dos réus.

Interrogado em agosto do ano passado nesse processo, Cavendish confessou o pagamento de propina ao então governador do Rio, Sérgio Cabral, para que a Delta participasse das obras do Maracanã para a Copa de 2014.

Carlos Miranda fechou acordo de delação premiada e confessou que recebia, em espécie, as propinas supostamente pagas ao ex-governador.

Sérgio Cabral nega que tenha recebido propina em troca de qualquer obra em seu governo, mas que os valores recebidos eram caixa dois para campanha eleitoral.

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