Quarta-feira, 10 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu com tapete vermelho e aplausos o mandatário da Rússia, Vladimir Putin, antes do encontro oficial para discutir um cessar-fogo na guerra da Ucrânia. A reunião foi realizada nessa sexta-feira (15) no Alasca, nos Estados Unidos, e terminou sem acordo.
Com sorrisos no rosto, os dois se cumprimentaram e tiraram fotos para a imprensa antes de se encaminharem para a base militar Elmendorf-Richardson, em Anchorage, palco da reunião.
Os dois saíram de seus aviões praticamente ao mesmo tempo. A aterrisagem foi sincronizada para que eles se cumprimentarem no momento da chegada.
Trump bateu palmas para Putin enquanto o aguardava chegar a seu lado após descer do avião presidencial russo e recebeu sinais de ‘joinha’ em retribuição.
Já no carro, Putin foi visto sorridente e acenando.
Ao chegarem na base militar, os dois posaram novamente para fotos, ao lado de assessores e secretários, mas não deram declarações.
Passo inicial
Após quase três horas de conversa na base militar no Alasca, os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin parecem ter dado um passo inicial e importante para a reaproximação entre os dois países, usando a guerra na Ucrânia – teoricamente a principal pauta – como um pretexto. Não houve qualquer anúncio de um cessar-fogo, embora o líder americano tenha revelado “avanços importantes”. Trump disse que os dois “se verão muito em breve”, e o líder russo sugeriu que se encontrassem em Moscou.
Em uma rápida declaração, recheada de elogios ao anfitrião mas sem perguntas da imprensa, Putin classificou o diálogo como “construtivo”, e disse concordar com Trump “que a segurança da Ucrânia precisa ser garantida”, e que “está pronto para trabalhar nisso”. Em sua opinião, EUA e Rússia deveriam ter conversado há mais tempo, o que poderia ter “evitado o confronto”. O último encontro entre líderes dos dois países foi em 2021, quando Joe Biden estava na Casa Branca.
“É importante e necessário que nossos países virem a página e retornem à cooperação”, afirmou. “Gostaria de esperar que o acordo que alcançarmos juntos nos ajude a aproximar esse objetivo e abra caminho para a paz na Ucrânia.”
Putin declarou que “a situação na Ucrânia tem a ver com as ameaças fundamentais à nossa segurança”, repetindo um discurso que antecede a invasão, e que está relacionado à expansão da Otan, a principal aliança militar do Ocidente, no Leste Europeu. Moscou não admite que Kiev se junte à organização, mas desde o início da guerra, outros dois países — Suécia e Finlândia — aderiram à aliança, inclusive, no caso finlandês, diretamente em suas fronteiras.
“Estamos convencidos de que, para tornar o acordo duradouro e de longo prazo, precisamos eliminar todas as raízes primárias, as causas primárias desse conflito”, disse Putin, advertindo para que as nações europeias “não tentem torpedear” eventuais avanços. “Considerar todas as preocupações legítimas da Rússia e restabelecer um equilíbrio justo de segurança na Europa e no mundo como um todo.”
Em uma fala especialmente curta, o presidente americano disse acreditar que “Putin está tão interessado em acabar com o conflito quanto ele”. Repetindo o líder russo, afirmou que o diálogo foi “muito construtivo”, mas que ainda “resta muito a ser feito” até um acordo conciso, e também que espera uma melhora nas relações entre as duas maiores potências nucleares do planeta.
“Tivemos reuniões boas e produtivas ao longo dos anos. Esperamos continuar assim no futuro”, disse o líder americano. “Não conseguimos (um acordo), mas temos boas chances de conseguir.”