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Economia Um em cada quatro portadores de cartão de crédito entrou no rotativo com juros médios de mais de 295% ao ano

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Cada vez mais estabelecimentos comerciais dizem que não aceitam os cartões de crédito porque perdem muito até o dia em que irão receber. (Foto: Divulgação)

De cada quatro brasileiros que fizeram compras no cartão de crédito em fevereiro, um deles (25%) entrou no rotativo, uma das modalidades de empréstimo mais caras do mercado. A linha é usada por quem atrasa a fatura ou paga menos que o valor integral por mais de 30 dias (segundo informações do Banco Central, a taxa média do cartão de crédito rotativo subiu de 286,9% ao ano, em janeiro, para 295,5% ao ano, em fevereiro).

Os dados são do Indicador de Uso do Crédito, apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgado nesta quarta-feira (24).

Cada vez mais, o cartão de crédito vem se consolidando como uma opção de pagamento entre os brasileiros, embora esteja entre as modalidades com os juros mais altos do mercado em caso de atraso no pagamento. Os dados do Indicador de Uso do Crédito mostram que, em fevereiro, quase quatro em cada dez (37%) consumidores no país recorreram ao cartão de crédito para fazer algum tipo de compra, se mantendo na dianteira em relação aos outros instrumentos de crédito.

O uso da modalidade ficou bastante à frente do segundo colocado, que é o crediário (10%). O limite do cheque especial foi citado por 9% da amostra, os empréstimos por 7% e os financiamentos por 5%. Ao todo, 44% dos consumidores utilizaram, ao menos, uma dessas opções de crédito ao longo do mês de fevereiro, ante 56% que não usaram nenhuma.

Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, as facilidades oferecidas pelo cartão de crédito e o aumento da sua aceitação pelos estabelecimentos comerciais são as principais razões para a liderança no ranking. “É preciso ter cuidado para evitar o endividamento excessivo que pode levar ao não pagamento da fatura, aumentando muito o valor da dívida inicial em razão dos juros cobrados pelo atraso”, alerta.

De acordo com a sondagem, embora 73% dos consumidores tenham pago o valor integral da fatura em fevereiro, 25% acabaram entrando no rotativo, cuja taxa média chegou a quase 296% ao ano naquele mês. Com o pagamento do cartão de crédito em dia, o consumidor tem a possibilidade de parcelar compras sem pagar juros, algo que aumenta a comodidade.

Mas isso está mudando. Os bancos estão criando uma nova linha de parcelamento no cartão de crédito, que permitirá dividir as compras em mais vezes, mediante o pagamento de juros. “Essa será uma forma de fazer com que o cartão assuma o caráter mais de linha de crédito do que de meio de pagamento. Nesse contexto, manter o pagamento da fatura em dia é ainda mais importante, já que em caso de atraso, além dos juros do próprio crediário, o consumidor ainda terá de arcar com os juros do rotativo”, explica o presidente do SPC Brasil

Despesas correntes

O levantamento aponta também que o cartão de crédito tem sido usado cada vez mais para de despesas correntes do mês. As compras de alimentos no cartão aparecem em primeiro lugar, citadas por 66% dos entrevistados. Em seguida aparecem compras de remédios (46%); roupas e calçados (36%); combustíveis (35%); idas a bares e restaurantes (29%); assinatura de serviços de streaming, como conteúdo de vídeo e áudio, e revistas (19%). Já o valor médio da fatura em fevereiro foi de R$ 897,67, com a maior parte dos consumidores mantendo o mesmo valor do mês anterior (42%).

Considerando outras modalidades de crédito, o gasto médio com crediário foi de R$ 310,66, usado para a compra de roupas e calçados (42%) em primeiro lugar. Aparecem em seguida despesas com alimentos (26%), eletrônicos (21%), eletrodomésticos (10%) e cosméticos (10%).

Mesmo com Selic em patamares baixos, 39% têm percepção de juros em alta; em cada dez brasileiros, dois tiveram crédito negado

Embora a Selic (taxa básica de juros da economia) permaneça no menor patamar de sua série histórica, o impacto da crise nos últimos anos sobre o nível de empregos formais e a renda das famílias brasileiras ainda afeta a população. O Indicador aponta que 19% dos brasileiros tiveram crédito negado em fevereiro ao tentarem parcelar uma compra. A principal razão para a recusa foi o fato de estarem com nome sujo (6%). Além disso, a maior parte (39%) dos consumidores acredita os juros finais cobrados na ponta estão mais altos nos últimos três meses. Para 27%, ficaram estáveis, ao passo que somente 4% notaram alguma diminuição.

Ainda de acordo com a sondagem, 76% dos consumidores brasileiros vêm vivendo no limite do orçamento – sendo que destes, 45% se mantêm no “zero a zero”, ou seja, terminam o mês sem sobras de dinheiro e 32% disseram estar no vermelho. Apenas 15% disseram estar no azul.

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