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Mundo Um estudo chinês mostrou que mesmo depois da alta hospitalar, alguns pacientes com coronavírus tiveram resultados positivos para a doença

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Atualmente, são quase 35 mil pacientes observados hoje por representantes de 36 instituições de todo o país. (Foto: Reprodução)

Um estudo chinês publicado nesta quinta-feira (28) constatou que, mesmo depois da alta hospitalar, alguns pacientes com Covid-19 tiveram resultados positivos para o novo coronavírus (Sars-CoV-2). A pesquisa foi divulgada no “Journal of the American Medical Association” (Jama, na sigla em inglês).

Dos 69 pacientes envolvidos no estudo, 11 (cerca de 16%) tiveram testes do tipo PCR com resultado positivo para o vírus depois de receberem alta. O teste, que identifica o genoma do vírus, é considerado o padrão “ouro” no diagnóstico da Covid-19.

Todas as pessoas foram internadas no hospital da Universidade Médica de Zunyi, na província chinesa de Guizhou, com diferentes graus de severidade da doença (algumas não tiveram sintomas). A exigência era que permanecessem lá por 14 dias, em quarentena. Os pacientes receberam resultados positivos para o vírus entre 9 e 17 dias depois de saírem do hospital.

Segundo os autores, o resultado “sugere que alguns pacientes recuperados ainda podem ser portadores do vírus, mesmo depois de atingirem os critérios básicos de alta”. Eles sugeriram, também, que “as instituições médicas prestem atenção ao acompanhamento dos pacientes que recebem alta, monitorando de perto seus resultados de RT-PCR, mesmo que estejam em quarentena há 14 dias”.

Os cientistas também pontuaram que a fadiga e a quantidade de sintomas que a pessoa apresenta no início da doença podem estar associados a resultados positivos recorrentes no teste PCR. Eles ressaltaram, entretanto, que “é necessária uma verificação adicional devido ao número limitado de pacientes”.

Por causa da pouca quantidade de participantes, os autores destacaram que esses resultados podem não ser encontrados em outros grupos de pessoas. “É necessário realizar mais estudos para determinar os fatores associados aos resultados positivos de RT-PCR após a alta”, disseram.

Anticorpos

De acordo com Orlando Ferreira, professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), receber positivo como resultado do teste sorológico rápido – feito em farmácia -, que identifica anticorpos contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2), não é garantia de que uma pessoa está imune à Covid-19.

“Com os testes rápidos, várias pessoas estavam imaginando poder voltar à ‘vida normal’, sem chances de pegar o vírus novamente. Mas na verdade, o exame só comprova que você já foi infectado uma vez. Ele não é totalmente confiável e um dos motivos é justamente a maneira como é feito”, disse Ferreira.

Isso acontece porque, segundo o professor, o teste sorológico rápido procura por um anticorpo que funciona apenas contra uma proteína específica do vírus, enquanto existem diversas, algumas na superfície do organismo, outras no interior dele.

“Você coloca o antígeno com o soro do paciente e descobre o resultado. O problema é que cada teste procura por uma determinada proteína. A que consideramos mais provável de ser a responsável pela entrada do vírus na célula é a proteína S, mas nem todos a identificam, muitos procuram por proteínas do núcleo do vírus. Além disso, aqui no Brasil, com a maioria dos testes, não sabemos qual tipo de anticorpo está sendo buscado no exame. Ou seja: sim, aponta que você teve Covid-19, mas não diz se está imune”, ressaltou Ferreira.

Ainda assim, a melhor escolha continua sendo um teste sorológico, mas o feito em laboratório, para que todas as partes do sangue sejam avaliadas cuidadosamente por profissionais que manipulam o vírus. “Uma célula suscetível ao vírus é colocada in vitro para imitar a infecção. Depois, entra o soro do paciente em várias diluições. Aí conseguimos ver com qual diluição é possível neutralizar a entrada do vírus na célula. Esse processo poderia ajudar a dizer se existe um anticorpo que evita uma nova contaminação ou não, mas não é possível fazer em massa. É demorado e exige um método científico meticuloso”, explicou Ferreira.

Pensando na demora do processo, a UFRJ está desenvolvendo um novo teste que busca o anticorpo ideal que interage com a proteína S, pequena região do coronavírus que, provavelmente, é a responsável por viabilizar a entrada do vírus nas células.

Além disso, assim que o anticorpo ideal for identificado, a intenção dos pesquisadores é replicá-lo em laboratório para injetá-lo nas pessoas infectadas. “Mas temos que ter certeza que está inibindo a entrada de vírus na célula. Ainda estamos longe da criação de um medicamento assim”, contou o professor.

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