Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de julho de 2019
Em um júri popular encerrado em torno das 20h dessa segunda-feira no Foro Central de Porto Alegre, Claudiomar do Nascimento da Rosa foi considerado culpado pelas mortes de três mulheres e uma criança da mesma família, na madrugada do dia 8 de agosto de 2015 no bairro Restinga, Zona Sul da capital gaúcha. O autor do homicídio quádruplo tinha 24 anos na época do crime.
Com o veredito, a juíza Karen Luise Vilanova Pinheiro estabeleceu uma sentença total em 156 anos, seis meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado. A pena foi definida levando-se em consideração também a tentativa de destruição de cadáver e o incêndio da casa onde as vítimas moravam.
São 146 anos e meio pelos quatro homicídios, dois anos e quatro meses pela tentativa de destruição (quatro vezes), mais três anos, dez meses e 20 dias pelo incêndio. Claudiomar não poderá recorrer em liberdade. Atuou pela acusação a promotora de Justiça Luciane Wingert, enquanto a defesa ficou a cargo Eledi Amorim Porto.
As vítimas foram Lauren Rosiane Farias Fim (então com 27 anos), namorada do réu à época, Vitória Regina Farias Fim (17 anos, sobrinha de Lauren), Sandra Regina Farias Fim (mãe de Lauren, 62) e Gregory Fim da Silva (filho de Lauren, de apenas 6 anos). Todos eles morreram em consequência de cortes profundos no pescoço, na altura da garganta.
Os homicídios foram considerados qualificados pelo uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas (que estavam em casa e foram surpreendidas por pessoa conhecida). Em relação às mulheres, houve o reconhecimento do feminicídio nas três mortes, fator que aumenta a pena.
Também foram motivos de agravante o fato de um dos assassinados ser idoso – Sandra Regina tinha mais de 60 anos. Pesou, ainda, o crime ter sido cometido na presença de ascendentes e descendentes das vítimas, a idade da criança (menos de 14 anos) e o motivo fútil.
Como foi
De acordo com a tese do Ministério Público, embasada nas investigações policiais e acolhida pelos integrantes do júri, por volta das 2h Claudiomar matou Lauren por que ela havia manifestado a intenção de terminar o relacionamento que mantinham – e que era desencorajado pela mãe dela, também trucidada a faca.
Depois de assassinar a adolescente e a criança (simplesmente por estarem “no lugar e na hora errada”), o réu teria causado o incêndio, a fim de eliminar vestígios do crime e, assim, atrapalhar a investigação. Os relógios marcavam cerca de 5h, quando um vizinho acordou, percebeu a fumaça, viu um “clarão” vindo da casa das vítimas. Ele acionou os bombeiros, que não puderam fazer nada.
(Marcello Campos)