Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 30 de maio de 2018
Espécies raras, como o mão-pelada (Procyon cancrivorus), e ameaçadas de extinção, como o gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus) e a lontra (Lontra longicaudis), vêm sendo detectadas nas armadilhas fotográficas instaladas na Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger, localizada na Zona Sul de Porto Alegre.
As armadilhas são capazes de detectar qualquer movimento e captar imagens em fotos e vídeos com o uso de câmeras de visão noturna. Essas câmeras são ativadas por sensores de movimento e sem a necessidade da presença de pessoas. Esse trabalho revelou a grande diversidade da fauna silvestre na região. “Algumas espécies detectadas no estudo eram citadas como possivelmente existentes na região, mas não havia registros de suas presenças nos últimos anos, o que não nos dava certeza de que ocorressem dentro da Reserva”, explica a bióloga Maria Carmen Bastos, gerente da unidade de conservação.
O trabalho de monitoramento da fauna em unidades de conservação é de grande importância para subsidiar o planejamento de estratégias de proteção. A visualização desses animais é um fator dificultador para os pesquisadores, já que a grande maioria possui hábitos exclusivamente noturnos e é arredia. A
té o momento, as espécies mais relevantes fotografadas no monitoramento de fauna foram capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), mão-pelada (Procyon cancrivoros), ouriço-cacheiro (Sphiggurus villosus), ratão-do-banhado (Myocastor coypus), graxaim-do-mato (Cerdocyon thous), lontra (Lontra longicaudis), gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus), socó-boi (Tigrisoma lineatum) e saracura (Pardirallus sanguinolentus), além do curioso registro de uma coruja capturando um rato.
O trabalho de monitoramento da fauna silvestre é desenvolvido pela equipe de estagiários da Reserva do Lami, formada por acadêmicos de Biologia, sob supervisão da bióloga Maria Carmen. A partir dos dados levantados, será executado um planejamento de ações voltadas à educação ambiental, com ênfase à comunidade do entorno à Reserva. “O conhecimento das espécies com ocorrência na região auxilia no trabalho de desmistificar crenças sobre estes animais, na maioria das vezes inofensivos”, informa Maria Carmen. O trabalho também deve destacar a importância da manutenção das áreas vegetadas, importantes corredores de biodiversidade.