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Mundo Uma ativista argentina disse que o movimento pela liberação do aborto é mundial e não tem volta

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"Bimbo", com seu lenço verde, apresenta um programa de rádio. (Foto: Reprodução/Instagram)

“O aborto saiu do armário”, afirma a atriz e comediante María Virginia Godoy, 37 anos, mais conhecida como “Senhorita Bimbo”. De lenço verde (símbolo da campanha pela legalização da interrupção voluntária da gravidez), ela é uma das líderes do movimento feminista jovem que vem tomando as ruas de Buenos Aires para pressionar o Senado a aprovar o projeto de lei que já passou pela Câmara dos Deputados e que permite a prática até a décima-quarta semana de gestação.

Consciente de que, apesar do placar apertado, a vantagem é dos que se opõem à lei (32 a 28 votos, com 11 indecisos, conforme projeção da imprensa local), María diz que a luta já está ganha, mesmo se o Senado barrar a legislação.

“Porque o que conquistamos foi muito e não há volta atrás, derrubamos estigmas, colocamos lado a lado gente que pensa diferente em outras áreas, mas que concorda nesse ponto, mulheres de distintas gerações”, diz, em entrevista no estúdio onde grava seu programa de rádio.

“Se não ganharmos agora, quando se apresente outra vez o projeto no Congresso, e vamos lutar para que se apresente logo, haverá o dobro de gente nas ruas.” De fato, nesta semana, estão sendo organizados “pañuelazos” (ato com panos verdes) em Nova York (Estados Unidos), Barcelona (Espanha) e no interior da Argentina.

Filha da veterana cantora de tango Virginia Luque, ela tem milhares de seguidores nas redes sociais e diz que foi por esse meio que as mulheres mais jovens se articularam:

“Há uma onda mundial, e isso não terá retrocesso. Posso ser uma cara conhecida adiante desse movimento, mas quem o protagoniza mesmo são as meninas mais jovens, que já estão crescendo com outra cabeça. Elas não carregaram a carga pesada de gerações anteriores e estão menos suscetíveis para aguentar coisas pelas quais nós e nossas mães passamos”.

María participou da vigília de 14 de junho, quando milhares de mulheres passaram a noite do lado de fora do Congresso enquanto se votava a lei na Câmara de Deputados: “Até as 5h eu não achava que fosse passar. Quando me dei conta de que havíamos ganhado, foi uma emoção muito forte. Essa é a experiência política mais importante que vivi, porque senti o poder das ruas de verdade, o poder popular, concreto e transversal”.

E acrescenta: “Sinto que, se pudéssemos transferir isso para outras áreas, seríamos uma sociedade melhor”. Para a atriz, a Argentina ainda é um país muito hipócrita: “No meio dos que são contra o aborto, por exemplo, há muitos que abortam. Assim como no meio dos que eram contra o casamento homossexual, havia muitos que levavam uma vida homossexual, mas a força do estigma social e a pressão da Igreja Católica, principalmente no interior do país, ainda contam muito”.

Mobilização

Uma nova vigília se prepara a noite de quarta e a madrugada de quinta-feira desta semana, quando o Senado votará, por fim, a lei. Apesar de ser antiaborto, o presidente Mauricio Macri vem afirmando que não usará seu poder de veto, caso a Casa aprove o projeto. “Eu sei que o placar está desfavorável, mas vamos encher as ruas e fazer barulho”, promete.

Para ela, o mais importante é que tanta gente hoje esteja debatendo “uma palavra que até então era proibida e que essa discussão tenha feito com que muita gente pudesse contar sua história pessoal, ou traumas com que se teve de conviver por muito tempo. Isso é uma vitória contundente, não somos as mesmas mulheres de antes”.

“Se a lei não passar, vamos continuar com nosso trabalho de informar quem quer abortar clandestinamente para que o faça com segurança, vamos informar sobre o misoprostol e continuar apoiando as socorristas que ajudam essas mulheres.”

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https://www.osul.com.br/uma-ativista-argentina-disse-que-o-movimento-pela-liberacao-do-aborto-e-mundial-e-nao-tem-volta/ Uma ativista argentina disse que o movimento pela liberação do aborto é mundial e não tem volta 2018-08-05
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