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Mundo Uma cineasta brasileira deportada da Nicarágua contou que foi interrogada durante sete horas

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Manifestação em Granada. (Foto: Reprodução)

A documentarista brasileira Emilia Mello, deportada da Nicarágua no último domingo (26), contou que ficou detida durante 30 horas antes de finalmente ser conduzida pelas autoridades até um voo para fora do país. Emilia, de 40 anos, foi presa quando se encaminhava para acompanhar um protesto contra o presidente Daniel Ortega na cidade de Granada, no sábado. Ela afirmou que foi mantida algemada por autoridades nicaraguenses, sendo interrogada por cerca de sete horas e sem poder se comunicar com ninguém até que tivesse o processo de deportação iniciado.

Emilia, que tem cidadania americana e brasileira, estava no país havia um mês fazendo filmagens para um documentário sobre as manifestações que ocorrem desde abril contra o presidente Daniel Ortega, contratada por uma produtora de fora do país. Ela afirmou que foi presa quando se dirigia para uma manifestação em Granada, no sábado, com várias outras pessoas, entre elas profissionais de cinema que a acompanhavam na produção.

Alegando que a documentarista trabalhava em solo nicaraguense com visto de turista, a imigração resolveu deportá-la. A cineasta, no entanto, contesta a afirmação, dizendo que o fato de estar sendo paga por produtores estrangeiros contradizia as acusações. Para ela, o motivo da deportação foi político, uma vez que se envolveu com estudantes antigoverno em protestos no país.

“Eu e mais outras pessoas estávamos indo de Manágua para Granada, onde várias manifestações iriam ocorrer. Para despistar, escolhemos estradas pouco convencionais, mas ainda assim fomos pegos em uma blitz. Eles nos fizeram descer, pegaram todos os nossos pertences, depois nos colocaram em um ônibus e, sem dizer nada, nos levaram para uma espécie de centro de detenção em Jinotepe. Lá, por volta do meio-dia (de sábado) fizeram vários processos de identificação e liberaram as pessoas, menos eu, às 18h, me levando para a imigração”, contou.

Segundo Emilia, o motivo alegado pelas autoridades para sua detenção é que seria “internacionalista”. Ela conta que foi interrogada por cinco pessoas diferentes das 19h de sábado até às 3h do domingo, quando deixaram-na dormir por algumas horas. Ainda segundo ela, foi algemada durante alguns momentos, estando sempre acompanhada por policiais armados e em nenhum momento foi permitido que contatasse qualquer pessoa. “Minha família só ficou sabendo onde eu estava quando ouviu falar do caso na imprensa brasileira. Pedi para falar com a embaixada brasileira, mas me disseram que ‘ninguém estava interessado no meu caso’”, disse ela por telefone.

O processo de deportação só começou, de acordo com ela, às 13h do domingo, mais de 24 horas depois de ter sido detida. Ela saiu do país às 17h do mesmo dia, e segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, agora se encontra nos EUA – ela prefere não dizer exatamente onde está, apenas que “não se encontra mais na Nicarágua, mas em um lugar seguro”. Ela ainda diz que gostaria de voltar ao país em breve, para continuar com os trabalhos de filmagem.

A ANC (Associação Nicaraguense de Cinema) lamentou ontem a detenção de Emilia, afirmando que ela e a cineasta Arielka Juarez, também presa, “estavam documentando a atividade, não sendo parte dela e sem nenhuma arma ou intenção de realizar delitos ou atos violentos”. Sem entrar em detalhes, Juarez afirmou ao jornal “La Prensa” que ela e a brasileira realizavam um projeto juntas há um mês.

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