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Brasil Uma deputada federal aponta preconceito por ser barrada diariamente na Câmara

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A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) relatou, em suas redes sociais, desconforto ao transitar na Câmara dos Deputados. (Foto: Divulgação/Facebook)

A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) relatou, em suas redes sociais, desconforto ao transitar na Câmara dos Deputados. De acordo com a deputada, que exerce pela primeira vez um mandato na Casa, desde sua posse, diariamente é abordada para identificação, mesmo usando o broche parlamentar. As informações são do jornal O Globo.

Desde o dia da posse tive bastante problema. Na entrada da Câmara, mesmo com broche, pediram meu crachá. E também no acesso aos elevadores privativos e ao plenário. Em um só dia, tive o mesmo problema três vezes”, diz Talíria.

A parlamentar, que exerceu o mandato de vereadora de Niterói (RJ), tendo sido a mais votada nas eleições municipais de 2016, comenta a reação dos seguranças no parlamento.

A segurança já pediu desculpas, dizendo que identificar deputados novos é difícil. Chegaram a falar sobre as minhas roupas coloridas, que atrapalhavam na visualização do broche. Mas a gente sabe que existe uma situação de preconceito de raça e gênero”, afirma.

Nenhuma denúncia formal foi realizada, mas a equipe avalia como encaminhar o caso. Nas redes sociais, a publicação da parlamentar teve repercussão, gerando mais de 25 mil curtidas e mais de três mil compartilhamentos.

Segundo a assessoria da Câmara dos Deputados, diariamente circulam 15 mil pessoas pela instituição e como muitos parlamentares são novos, o reforço da identificação é necessário. Em nota, declarou que “os parlamentares têm livre trânsito por todas as dependências da Casa. Uma das funções do Departamento de Polícia Legislativa é garantir que este trânsito ocorra da forma mais segura possível – para os parlamentares, para os servidores, para os visitantes e para todos os que frequentam a instituição”.

Outro parlamentar

O deputado Valmir Assunção (PT-BA) foi um dos que comentou na publicação de Talíria. Na postagem, Assunção escreveu que passa por situação semelhante à da deputada, mesmo após dois mandatos.

Já fui questionado ao tentar entrar em determinados espaços por funcionários da segurança da Câmara e precisei mostrar meu bottom de deputado”, comenta o parlamentar.

Indagado sobre a formalização de denúncias contra essas situações, o deputado alega que opta pelo caminho do diálogo. Preferi, até hoje, fazer o debate mais pedagógico, de reconhecimento. Mas não impede que em casos mais graves o comunicado e a denúncia sejam opções”, diz.

Mensagens racistas

Dos 513 parlamentares que ocupam a Câmara, apenas 77 são mulheres, representando 15% do legislativo federal. Em relação à etnia, a cada quatro parlamentares, apenas um é negro ou pardo.

O deputado Valmir Assunção declara que muitas vezes entram em seu gabinete em busca do parlamentar e se surpreendem ao ver que é ele o representante do legislativo.

Não é difícil pessoas entrarem no meu gabinete procurando pelo deputado, sendo que estou na frente delas. Minha assessoria, que já presenciou essa cena inúmeras vezes, informa quem é o parlamentar que estão procurando e é visível o espanto quando descobrem que o deputado é o homem negro, assentado da reforma agrária, presente no espaço”, comenta.

A caixa de e-mails tem sido repositório de comentários agressivos, segundo parlamentar. “É comum receber e-mails de cunho racista na minha caixa institucional, principalmente quando me posiciono contra casos de racismo ou defendo agricultores e agricultoras do Movimento Sem Terra”, diz.

Para Assunção, o Congresso Nacional é o reflexo das contradições de nossa sociedade. “Mesmo que tenhamos a maioria da população composta de negros e negras, a representação deste segmento social é minoritária. Nossa tarefa cotidiana é subverter isso”, acrescenta.

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https://www.osul.com.br/uma-deputada-federal-apontou-preconceito-por-ser-barrada-diariamente-na-camara/ Uma deputada federal aponta preconceito por ser barrada diariamente na Câmara 2019-02-24
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