Segunda-feira, 12 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 21 de junho de 2019
Uma mulher informou à polícia que foi vítima de agressões e que teve fotos íntimas divulgadas em sites de prostituição pelo ex-companheiro. Ela fez registro dos crimes na Polícia Civil, mas até esta sexta-feira (21) não tinha conseguido a prisão ou medida protetiva contra o homem.
Em entrevista, ela, que não quis se identificar, afirmou que passou a ser vítima de constantes agressões e ameaças em 2018.
“Ele me espancou, arrebentou a minha cara. Quando eu saí de lá, eu estava com a cara toda arrebentada. Ele me fez ir trabalhar e falar que eu fiz uma cirurgia no dente. Eu não podia falar para ninguém se não ele ia matar minha filha”, disse a vítima.
No fim do último ano, ela saiu de casa e as ameaças começaram a acontecer através de mensagens no celular. “Eu não vou deixar passar em branco. Se não for ela, quem ela mais ama. Alguma coisa vai. Eu tenho ódio, tenho nojo, tenho raiva. Sentimento de vingança”, disse o ex-companheiro em áudio.
No início de 2019, o ex-companheiro publicou fotos íntimas da vítima na internet e até em sites de prostituição. O suspeito colocou ainda informações da empresa onde a mulher trabalhava e enviou mensagens para o setor de Recursos Humanos da empresa para difamar a imagem da vítima.
“Ele começou na rede social para toda a família ver. Ele me chamou de ladra, de prostituta. Depois ele colocou as minhas fotos intimas de calcinha, andando dentro de casa, colocou como se eu realmente fosse prostitua. Colocava meu telefone, colocava endereço”, relatou.
A mulher disse que sofreu violência física, psicológica, ameaça, calúnia e difamação. No entanto, ela tem a vida de uma criminosa já que seu ex-companheiro vive em liberdade. Ela teve que mudar de casa, mudou o número do telefone algumas vezes e tem medo de sair na rua.
Ela procurou a delegacia de 17ª DP (São Cristóvão) e a Delegacia de Atendimento à Mulher para registrar o caso. Até a publicação desta reportagem, não tinha conseguido a medida protetiva, prevista na Lei Maria da Penha, porque o suposto agressor não foi encontrado para assinar o documento.
A vítima disse que procurou também a DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática) por seis vezes. “Sabe quantas vezes eu fui lá na delegacia de internet com todos os sites que ele fez? Seis vezes. Pelo amor de Deus, quando vocês vão acabar com isso? A resposta é sempre a mesma: está em investigação”, disse a vítima.
Após seis meses, a defesa da vítima pediu ao Ministério Público a prisão do homem. “A medida protetiva de afastamento no caso da vítima não vai ser eficaz porque ele não tem limites, não tem medo da lei. Ele quer que ela morra. A finalidade dele é que ela deixe de existir. Ele não aceita a separação, não aceita que ela dê continuidade com a vida dela normal”, disse a advogada Alexandra Bruna Muniz.
“Tem um registro dela e foi feito no final de maio. Feito o registro, o procedimento é como todos os outros: instaura-se o inquérito e, por conta da lei que trata os crimes de internet e não é uma lei que dá agilidade a investigação, temos que fazer uma representação judicial. Só depois da autorização do juiz a gente consegue descobrir quem está por trás do perfil. Esse perfil falso não tem uma autoria, foi criado como se fosse a vítima”, disse o delegado titular da DRCI, Pablo Sartori.