Por Redação O Sul | 22 de abril de 2019
Uma pesquisa realizada pela Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul) aponta que o Icei (Índice de Confiança do Empresário Industrial) recuou 3,1 pontos em abril. Essa foi a terceira queda consecutiva e nível mais baixo desde as eleições de outubro do ano passado. A entidade considera, no entanto, que esse patamar ainda é elevado, com 60,9 pontos.
“A confiança do industrial gaúcho passa por um processo natural de convergência do otimismo provocado pelas eleições para patamares mais compatíveis com o desempenho econômico e as incertezas em relação ao andamento das reformas no País”, saliente o presidente da Federação, Gilberto Petry.
Todos os componentes, das condições atuais e das expectativas, baixaram em abril mas continuam no terreno positivo, acima de 50 pontos. O ICA (Índice de Condições Atuais), por exemplo, foi de 56,1 para 53,2 pontos.
Entre os empresários industriais, permanece a percepção de melhora, ainda que com um grau de otimismo menor que que em meses anteriores. Esse quadro se revela com mais força no que se refere à economia brasileira, cuja confiança desceu 4,5 pontos para 53,5 em um único mês.
O sentimento de recuperação nesse subcomponente entre os empresários diminuiu de 37,1% para 28,3%, mas ainda prevalece sobre a parcela que percebe piora, que subiu muito, de 5,4% para 14,7%. A maioria (57%) afirmou não ter percebido mudanças.
“O otimismo foi impulsionado e ainda é sustentado pela perspectiva de que a força política do novo governo possibilitará a formação de uma coalizão pró-reformas no Congresso, especialmente a da Previdência”, acrescenta Petry. Já o ICA-E (Indicador de Condições Atuais das Empresas) diminuiu de 54,9 para 53,1 pontos.
Expectativas
O IE (Índice de Expectativas) para os próximos seis meses seguiu o mesmo quadro, na opinião dos empresários consultados pela Fiergs, caindo de 67,9 para 64,6 pontos no período. Isso significa que, em abril, o otimismo segue disseminado na indústria gaúcha, porém menor que no mês anterior.
Ainda de acordo com o levantamento, a maior influência para a queda do otimismo mais uma vez decorreu uma vez, da percepção menos favorável em relação à economia brasileira. Na comparação com março, foram 4,8 pontos a menos, atingindo 62,2. A maioria dos empresários consultados (54,7%) está otimista, e apenas 5,7%, pessimistas. Porém, a queda foi acentuada. No terceiro mês do ano, esses percentuais eram de 68,8% e 3,4%, respectivamente.
Já o IE-E (Indicador de Expectativas das Empresas) caiu de 68,4 para 65,9 pontos, entretanto segue apontando uma visão otimista em relação ao futuro das empresas. Segundo a Fiergs, isso permite projetar um crescimento do setor neste ano. A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 12 de abril, com 192 empresas. Destas, 44 são de pequeno porte, 71 de médio porte e 77 de grande porte.
(Marcello Campos)