Sábado, 11 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 18 de maio de 2015
Em abril deste ano, os Estados Unidos viram um aumento vertiginoso do número de internações causadas pelo uso da chamada maconha sintética. O produto é feito com plantas borrifadas com substâncias químicas que mimetizam os efeitos do principal ingrediente psicoativo da maconha, o THC.
A versão sintética, porém, pode ser bem mais potente. Surgiu nos EUA em 2008 e logo se tornou disponível em lojas de conveniência, estabelecimentos que vendem equipamentos para fumo e também na internet. Em janeiro deste ano, os centros de controle de intoxicações do país registraram 359 casos de problemas de saúde ligadas ao produto. Em fevereiro e março, foram 273 e 269 casos, respectivamente, mas o número de internações subiu para 1,5 mil em abril.
Segundo Steven Marcus, diretor-executivo do sistema de educação e informação sobre intoxicações de Nova Jersey (EUA), uma possível explicação para esse aumento é um composto chamado MAB-Chminaca, encontrado em testes realizados com amostras de maconha sintética confiscada pela polícia em diversos Estados americanos onde as pessoas foram internadas.
O MAB-Chminaca é relativamente novo e ainda não foi proibido. Um composto similar, AB-Chminaca, surgiu no mercado ilegal de drogas no ano passado e foi declarado ilegal em janeiro.
Um pacote de 3 gramas de maconha sintética custa cerca de 30 dólares, preço similar ao da maconha. As embalagens levam o aviso “não recomendado para consumo”, em uma tentativa de evitar a regulação.
O produto se tornou popular porque é mais fácil de ser comprado, parece ser inofensivo e suas substâncias não são detectadas em testes de drogas, segundo o Instituto Nacional de Abuso de Drogas. A maconha sintética, porém, pode ser mais potente do que a comum e causar vômitos, convulsões, alucinações, pressão alta, perda da consciência e até a morte.
Em Nova York, houve mais de 120 atendimentos nos prontos-socorros ligados à maconha sintética durante pouco mais de uma semana em abril. Para efeito de comparação, foram duas ou três consultas por dia no começo do ano, segundo o departamento de saúde da cidade. (Folhapress)