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Saúde Vacinação de adolescentes contra a covid-19: entenda o que se sabe e o que está em prática no mundo

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Decisão da Anvisa autoriza adolescentes a receberem vacina da Pfizer. (Foto: Cristine Rochol/PMPA)

O Ministério da Saúde determinou, em nota técnica publicada na quarta-feira (15), que a imunização de adolescentes de 12 a 17 anos contra a covid-19 só deverá ser feita naqueles que tiverem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade.

A determinação vai na contramão de uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em junho, que autorizava o uso da vacina da Pfizer para adolescentes a partir dos 12 anos.

Veja, abaixo, o que dizem a Organização Mundial de Saúde (OMS) e as pesquisas sobre o assunto e quais países têm vacinado adolescentes:

1) O que diz a OMS?

Na nota que alterou a imunização de adolescentes, o Ministério da Saúde afirmou que “a Organização Mundial de Saúde não recomenda a imunização de criança e adolescente, com ou sem comorbidades”.

A OMS não recomenda a vacinação, mas também não contraindica. Em uma página atualizada no dia 14 de julho, a organização diz o seguinte:

— Crianças e adolescentes tendem a ter doença mais branda em comparação com adultos, portanto, a menos que façam parte de um grupo com maior risco de covid-19 grave, é menos urgente vaciná-los do que pessoas mais velhas, com condições crônicas de saúde e profissionais de saúde.

— Mais evidências são necessárias sobre o uso das diferentes vacinas de covid-19 em crianças para poder fazer recomendações gerais sobre a vacinação contra a covid-19.

— O Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas da OMS (SAGE, na sigla em inglês) concluiu que a vacina Pfizer/BionTech é adequada para uso em pessoas com 12 anos ou mais.

— Crianças com idade entre 12 e 15 anos que estão em alto risco podem receber esta vacina juntamente com outros grupos prioritários para vacinação.

A entidade acrescenta que os ensaios de vacinas para crianças estão em andamento e que atualizará suas recomendações quando as evidências ou a situação epidemiológica justificarem uma mudança na política.

2) O que dizem as pesquisas científicas sobre vacinar adolescentes?

Um dos problemas apontados pelo Ministério da Saúde na vacinação de adolescentes foi a ocorrência, ainda que rara, de miocardite – uma inflamação no músculo do coração – em algumas pessoas depois da imunização.

A pasta também apontou que “os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos”.

Um estudo divulgado em 26 de agosto por cientistas de Israel apontou que a vacina da Pfizer – única usada no país – aumentava os riscos de desenvolver a miocardite.

Mesmo assim, o número de casos no grupo vacinado continuou pequeno: entre as 884.828 pessoas vacinadas, houve 21 casos da doença – cerca de 91% dos quais ocorreram em homens. Nas outras 884.828 que não foram vacinadas, houve 6. Os cientistas também notaram que o problema aumentou após a segunda dose da vacina.

3) A vacinação de pessoas de 12 anos ou mais já começou ou foi autorizada em quais países?

Ao menos 14: Alemanha, Argentina (apenas nos que têm comorbidades), Bahrein, Canadá, Chile, Cuba, Estados Unidos, Equador, França, Hungria, Israel, Itália, México e Portugal.

A maioria usa a vacina da Pfizer, mas outros, como Cuba, aplicam vacinas diferentes: a Soberana 02, no caso cubano, desenvolvida no próprio país, e a Argentina, que aplica a Moderna, com doses doadas pelos Estados Unidos.

A União Europeia autorizou o uso da vacina em adolescentes de 12 a 15 anos em 28 de maio. (Antes, os de 16 e 17 anos já podiam ser imunizados).

Além dos adolescentes, o Chile previa começar a vacinar crianças de 6 anos com comorbidades nesta semana.

4) Existe uma faixa etária específica abaixo de 18 anos que é mais afetada pela covid-19?

Um levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com base nos dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade Infantil (SIM), do Ministério da Saúde, apontou que, entre as crianças e adolescentes brasileiros mortos pela covid no ano passado, 45% tinham até 2 anos.

O percentual chama atenção porque, apesar de estar restrito a uma faixa etária bastante limitada (0-2 anos), corresponde a quase metade do número total de mortes causadas pela covid-19 em pessoas com até 18 anos. A outra metade (55%) corresponde às mortes registradas em crianças e adolescentes entre 3 e 18 anos.

Ao todo, o levantamento computou 1.207 óbitos ocasionados por covid-19 em pessoas até 18 anos.

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