Terça-feira, 19 de março de 2024
Por Redação O Sul | 1 de janeiro de 2022
Um estudo divulgado por pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostra que as vacinas contra covid-19 usadas no Brasil aumentam a proteção contra o coronavírus também em quem teve a doença previamente.
O trabalho foi publicado em formato preprint no site Medrxiv e ainda precisa ser revisado por outros cientistas. Os pesquisadores avaliaram 22.565 pessoas com mais de 18 anos que tiveram dois testes PCR positivos e 68 mil que tiveram teste positivo e depois negativo, entre fevereiro e novembro deste ano.
Segundo o artigo, a vacinação com as duas doses dos imunizantes da AstraZeneca, da Pfizer-BioNTech e com a Coronavac, ou com a dose única da Janssen, foi capaz de reduzir a ocorrência de reinfecções sintomáticas e casos graves da doença em quem já havia contraído a covid-19 anteriormente.
Em pessoas que já haviam contraído a covid-19, verificou-se a partir de 14 dias após o esquema vacinal completo, uma efetividade contra uma infecção sintomática de 37,5% para a Coronavac, 53,4% para AstraZeneca, 35,8% para Janssen e 63,7% para a Pfizer-BioNTech.
Já a efetividade contra hospitalização e morte, também após 14 dias da aplicação, é 82,2% com a Coronavac, 90,8% com a AstraZeneca, 87,7% com a Pfizer-BioNTech e 59,2% com a Janssen.
Formas graves
O principal pesquisador responsável pelo estudo, Julio Croda, da Fiocruz Mato Grosso do Sul, explica que a análise contou com a base nacional de dados sobre notificação, hospitalização e vacinação e reforça a necessidade de completar o esquema vacinal mesmo em quem já teve covid-19.
“A importância de ser vacinado é a mensagem principal, e a necessidade de duas doses para maximizar a proteção”, explica.
Ele ressalta que alguns países chegam a recomendar apenas uma dose para as pessoas que já tiveram a doença, justificando que elas já contam com um certo nível de anticorpos neutralizantes.
“Mas esse tipo de avaliação de efetividade na vida real mostra que há um ganho adicional com a segunda dose. É um ganho substancial contra as formas graves”, acrescenta o pesquisador. As informações são da emissora internacional de notícias da Alemanha Deutsche Welle.