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Economia Variante delta reduz otimismo na zona do euro

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Variante Delta deve responder por 90% dos novos casos na Europa neste mês. (Foto: Reprodução)

Quando o governo holandês reverteu sua decisão de permitir eventos em espaços públicos neste verão, a resposta do setor foi rápida e inflexível. A promotora de festivais de música ID&T imediatamente entrou com ação na Justiça para tentar reverter a proibição. Desde então, mais de 40% dos organizadores de eventos juntaram-se ao processo.

“Para nós foi um tapa na cara”, afirma Rosanne Janmaat, da ID&T, após o cancelamento do festival Mysteryland, o principal organizado pela empresa, que havia vendido mais de 125 mil ingressos. Foi o sexto evento que a companhia se viu forçada a cancelar neste verão no hemisfério norte.

“A música eletrônica está intimamente ligada à cultura holandesa e, portanto, é algo pelo qual vale a pena lutar”, diz, acrescentando que o setor de eventos do país como um todo – incluindo as feiras comerciais – gera receitas anuais de € 7,2 bilhões e é responsável por 100 mil empregos. “Essa é uma briga pelo futuro do setor.”

Os organizadores de eventos – incluindo os que estão por trás do Grande Prêmio de Fórmula 1, em setembro – estão desafiando a ordem do governo holandês de impor novamente restrições a restaurantes, bares, cafés, boates e eventos públicos. A iniciativa se dá após aumento de mais de dez vezes no número de casos de covid-19, para cerca de 7.000 por dia, contaminações que teriam ocorrido em sua maior parte em “festas com grandes números de participantes”.

A reviravolta da Holanda na suspensão das medidas de distanciamento social e a batalha jurídica decorrente demonstram o quanto as perspectivas de melhora econômica da Europa poderão ser frustradas pela disseminação da altamente contagiosa variante delta, que deve responder por 90% dos novos casos na Europa neste mês.

O surto recente é um dos fatores com que os economistas estão lidando enquanto tentam avaliar a força da recuperação esperada da zona do euro. Outros riscos incluem gargalos na cadeia de suprimento, que estão criando problemas nas linhas de produção de montadoras e outras empresas do setor industrial, além do perigo de governos da Europa virem a cortar a ajuda fiscal cedo demais e matar a recuperação, como fizeram na crise da dívida do bloco em 2012.

“O boom pós-pandemia diminuirá no ano que vem, assim que todos se derem conta de suas demandas reprimidas, mas aí os governos reduzirão seus gastos”, diz Christian Odendahl, do Centro para Reforma Europeia (CER, na sigla em inglês), em Berlim. “Isso me lembra 2010 e 2011, quando a Alemanha e vizinhos entraram cedo demais no modo austeridade.”

O continente já vem crescendo menos que os EUA, cujo nível de produção voltou aos patamares pré-pandemia quase um ano antes da Europa, graças aos programas de estímulo econômico multitrilionários do presidente Joe Biden, que podem ampliar a lacuna transatlântica, segundo economistas.

Apesar dessas preocupações, a maioria dos economistas continua otimistas com as perspectivas. No segundo trimestre, a zona do euro cresceu 2% e saiu da recessão.

Os dados do crescimento são interpretados como o sinal mais recente de que a Europa está firme no caminho da recuperação. Graças ao fim dos “lockdowns” decretados em abril e maio, a confiança das empresas e dos consumidores vem aumentando, enquanto as vendas no varejo retornaram aos níveis pré-pandemia e os mercados de ações de região atingiram patamares recorde de alta.

A expectativa é de que o PIB da zona do euro crescerá entre 4% e 5% neste ano e no próximo, o maior ritmo desde que a moeda única foi criada há mais de duas décadas, após contração recorde de 6,6% no ano passado.

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), disse na semana retrasada que a economia dos 19 países do bloco “caminha para um forte crescimento no terceiro trimestre”. Mas quando questionada sobre a propagação da delta, Lagarde disse: “Estamos nas mãos daqueles que tomarão as precauções necessárias para garantir que o contágio não produza os efeitos econômicos negativos que vimos no passado”.

Muito otimismo. As infecções na Europa chegaram a 151 por 100 mil na semana até 18 de julho, ante 90 por 100 mil na semana anterior, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças. O órgão prevê que essa taxa chegará a 373 neste mês.

Em resposta, governos apertaram as restrições a viagens e chegadas de países com altas taxas de contágio, como Portugal, Espanha e Holanda, para não vacinados. Grandes eventos públicos foram cancelados. Boates e bares foram obrigados a fechar mais cedo nas ilhas turísticas de Ibiza e Mykonos. As informações são do jornal Financial Times.

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https://www.osul.com.br/variante-delta-reduz-otimismo-na-zona-do-euro/ Variante delta reduz otimismo na zona do euro 2021-08-03
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