Segunda-feira, 20 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de setembro de 2016
Basta uma busca rápida na internet para encontrar sites e blogs que garantem que o uso do micro-ondas faz mal à saúde e resulta na perda de vitaminas e nutrientes dos alimentos.
Mas essa ideia de que esse eletrodoméstico é pior do que outras formas de cozinhar não tem base científica, apontaram especialistas britânicos no programa “Trust Me, I’m a Doctor” (“Confie em mim, eu sou médico”, na tradução livre). O micro-ondas cozinha os alimentos usando ondas de energia semelhantes às de rádio, porém mais curtas. Seletivas, essas ondas afetam sobretudo a água e outras moléculas assimétricas eletricamente: carregadas positivamente em um extremo e negativamente no outro.
As micro-ondas fazem com que essas moléculas vibrem e gerem calor, que rapidamente se estende às moléculas próximas para esquentar e cozinhar a comida. Esse processo pode afetar as vitaminas e nutrientes dos alimentos, mas essas mudanças não são exclusivas do micro-ondas e, sim, resultado do processo de aquecimento.
Quando se esquenta a comida, algumas vitaminas – como a C – se decompõem, explica um estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, publicado no site da instituição sobre medicina e saúde. Mas isso acontece independentemente se o alimento é esquentado em forno convencional, no fogão ou no micro-ondas.
As proteínas também se “desnaturalizam” (ou seja, se decompõe e às vezes perdem suas propriedades) quando são esquentadas, por qualquer meio. Porém, como os tempos de preparo são mais curtos, cozinhar com micro-ondas de fato ajuda a preservar a vitamina C e outros nutrientes.
Cozinhar com água.
Os nutrientes dos alimentos também se perdem quando a comida é cozida com água. Diversos estudos científicos concluíram que, ao ferver as verduras, boa parte de seus nutrientes se solta na água. A vitamina C e muitas das vitaminas B, como a B6 e a B12, são mais vulneráveis porque são solúveis em água. E normalmente esse líquido não é aproveitado, mas descartado – o que faz com que os nutrientes também se percam. A perda de nutrientes durante a fervura é maior do que em outras técnicas, como o micro-ondas, a fritura ou o vapor.
Então a melhor forma de reter as vitaminas e os nutrientes dos alimentos ao cozinhá-los é usar tempos curtos, que limitem a exposição ao calor, e um método de cozinhar que use menos líquido.
Um artigo publicado no Journal of Food Science concluiu, por exemplo, que o micro-ondas mantém melhor os níveis de antioxidantes de alimentos como feijão, aspargos e cebola do que a fervura, o cozimento na panela de pressão ou no forno.
Mas se o que mais preocupa é manter o valor nutritivo dos alimentos, o melhor é cozinhar no vapor.