Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 25 de maio de 2018
Veículos do Exército foram enviados na sexta-feira (25) à Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, para escoltar um caminhão-tanque de combustível destinado ao abastecimento do Exército, sem relação direta com o plano de segurança anunciado pelo presidente Michel Temer para desobstruir rodovias bloqueadas por caminhoneiros, informou o Comando Militar do Leste.
Viaturas da Polícia do Exército foram vistas entrando na Reduc pouco após o anúncio de Temer no início da tarde desta sexta-feira de que autorizou o emprego de tropas federais para desbloquear estradas em meio a protestos de caminhoneiros, mas, segundo o CML, a operação de escolta não teve relação com a ação de liberação de rodovias.
“As viaturas da Polícia do Exército que foram à Reduc estão lá com a finalidade de escoltar um caminhão-tanque de combustível destinado a garantir o fluxo de abastecimento do Exército. Desse modo, o caso específico não guarda relação com a natureza do emprego determinado pelo Sr. Presidente da República”, disse o CML em comunicado.
A Reduc é um dos pontos de bloqueios de caminhoneiros desde o início dos protestos contra o preço do diesel, na segunda-feira. Manifestantes impedem a entrada e saída de caminhões, além de obrigarem qualquer caminhoneiro a parar, mesmo aqueles que não desejam aderir ao movimento.
A paralisação dos caminhoneiros tem levado ao desabastecimento em várias cidades do País e afetado a produção em diversos setores da economia.
Os protestos permaneceram nesta sexta-feira mesmo após o governo federal e representantes da categoria anunciarem na noite de quinta, após sete horas de reunião, um acordo que previa o congelamento do preço do diesel nos níveis anunciados pela Petrobras nesta semana por 30 dias.
Segurança
O governo vai acionar as forças de segurança federais para liberar as estradas e as Forças Armadas serão utilizadas para garantir o abastecimento da população. Para isso, será editada uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), válida até o dia 4 de junho. A notícia foi dada na sexta-feira (25), em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmman, afirmou ainda que o presidente Michel Temer poderá editar um decreto para permitir a requisição de bens, prevista na Constituição, para que alimentos, combustíveis, medicamentos e insumos cheguem à população, em todo o país.
Ele acrescentou que os militares têm o respaldo legal para assumir a direção dos caminhões dos grevistas, se assim necessário. “O artigo 5, inciso 25 da Constituição Federal permite a requisição de bens, caso se faça necessário, em condições de pilotar veículo para que o desabastecimento seja contido e voltemos a ter distribuição regular”.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou que houve redução considerável dos bloqueios de estradas em todo o País. O ministro admitiu que a liberação ocorre com menos velocidade do que o esperado.