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Brasil A vice-presidente da Caixa Econômica Federal é suspeita de negociar um investimento de 200 milhões de reais, a ser feito pelo banco, em troca de um cargo para ela própria na Companhia Energética de Minas Gerais

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Deusdina dos Reis Pereira é vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa. (Foto: Rodrigo de Oliveira/Ag. Caixa)

A vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal, Deusdina dos Reis Pereira, é suspeita de negociar uma operação de crédito de R$ 200 milhões, a ser feita pelo banco, em troca de um cargo para ela na Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).

Os dados constam de uma apuração interna, feita pela Caixa, enviada ao MPF (Ministério Público Federal) e à Comissão de Ética Pública da Presidência. Os dois órgãos analisam o caso. Conforme a investigação, em um e-mail corporativo enviado em 2015 ao então presidente da Cemig, Mauro Borges, Deusdina avisa: “Amanhã apreciaremos no Conselho Diretor uma operação de crédito para a empresa no valor de R$ 200 milhões”. Na sequência, ela emenda: “Continuo aguardando seu retorno quanto à minha indicação para o conselho”.

A insinuação de “troca de interesses” foi um dos vários motivos alegados pelo MPF para pedir, no mês passado, a destituição de Deusdina e de todos os demais vice-presidentes da Caixa para que as nomeações passem a ser feitas por critérios técnicos. Mas Temer negou o afastamento de todos.

Pereira e outros quatro dirigentes do banco, entre eles o presidente, Gilberto Occhi, são investigados em processos internos por indícios de envolvimento em irregularidades na gestão e nas operações do banco. Apadrinhada do PR, Deusdina sucedeu no cargo Fábio Cleto, delator de um esquema de corrupção na Caixa. Ela era auxiliar de Cleto.

A vice da Caixa é alvo das operações Sépsis e Cui Bono?, conduzidas pelo MPF, por possível ligação com o grupo do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atualmente preso, acusado de desviar recursos da instituição financeira.

Em resposta ao e-mail, segundo a investigação, o então presidente da Cemig foi evasivo. Explicou que estava sendo priorizada naquele momento a formação da equipe do governador recém-eleito Fernando Pimentel (PT). Ele avisou a Deusdina que entraria em contato em seguida.

A Caixa não informou se o aporte na Cemig foi aprovado na reunião citada na troca de mensagens. A companhia tinha linha de crédito com o banco. O Conselho de Administração da estatal mineira foi anunciado dias após o e-mail, mas Deusdina ficou de fora.

A Comissão de Ética Pública da Presidência deve julgar o caso da vice-presidente nas próximas sessões. Se considerar que houve irregularidade, poderá recomendar a exoneração dela.

O colegiado também avalia o caso do vice-presidente Corporativo, Antônio Carlos Ferreira, citado na delação premiada do dono da JBS, Joesley Batista, como intermediário de propinas ao ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Marcos Pereira, presidente nacional do PRB. Os dois negam as acusações.

A situação dos dirigentes da Caixa abriu um conflito interno no banco. Integrantes do Conselho de Administração defendem nos bastidores o afastamento dos executivos, mas, sem aval do Planalto, não têm poderes para fazê-lo. O novo estatuto do banco dá poderes ao colegiado para isso, mas ele só entrará em vigor após análise do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e a convocação de uma assembleia geral de acionistas. Não há prazo para que isso ocorra.

Outro lado

A vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa informou, por meio de assessoria, que “não se manifestará sobre o episódio”. O banco, em nota, acrescentou que, na data da troca de mensagens, Deusdina era diretora-executiva de Fundos de Governo, “não acumulava cargos e não integrava o Conselho Diretor do banco”.

 

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