Quinta-feira, 10 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2020
A atriz porto-alegrense Vitória Strada, 24 anos, relembrou momentos desagradáveis que já viveu por ser mulher. Uma das estrelas da novela global “Salve-se Quem Puder” no papel de Kyra Romantini e com um relacionamento homoafetivo na vida fora das telas, ela conta que sempre recebeu cantadas de homens mais velhos – fato que a deixava constrangida – e revela já ter sofrido abuso dentro de um ônibus, na adolescência.
“É triste”, desabafou em recente entrevista ao jornal carioca “O Dia”. “Uma vez, um homem tocou em mim dentro do ônibus. Eu me senti invadida. Sabia que eu não havia feito nada e, mesmo assim, acabei me sentindo mal em contar para o meu pai, por exemplo. Saí chorando [do coletivo] e com medo de ser perseguida por aquele sujeito. Foi uma experiência ruim demais.”
Ainda segundo a atriz, a maturidade permite perceber com maior clareza, hoje, os pequenos abusos e assédios sofridos. “Na época, isso me deixava com um sentimento estranho, mas que eu não sabia identificar muito bem”, prossegue. “A sociedade machista não ensina que um homem não deve tratar a mulher como objeto ou como algo público, que pode falar e fazer o que quiser. E é justamente essa a nossa luta. Para que essas situações não aconteçam mais.”
Comentários inadequados
Namorada da diretora e também atriz Marcella Rica desde março de 2019, Vitória – que é ex-modelo – acrescentou o relato sobre o desconforto psicológico, durante sessões de fotos de biquíni, por exemplo, por ouvir comentários de homens que consideram normal tomar certas “liberdades” só porque uma mulher está usando uma peça de roupa que expõe mais o seu corpo:
“São situações que marcam [negativamente] uma mulher. É triste ver que isso ainda acontece nos dias de hoje, com vítimas se sentindo acuadas em meio a situações de poder que as impedem de fazer alguma coisa. Somos assediadas e nos sentimos mal mas ainda não podemos falar nada, pois somente nós é que acabamos contabilizando os prejuízos”.