Terça-feira, 10 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 4 de janeiro de 2016
Em 2008, o Facebook se tornou a rede social mais popular do mundo, superando o MySpace. No Brasil, isso ocorreu três anos depois, ao desbancar o então líder Orkut. Uma vez que sentou nesse trono, não saiu mais nesses últimos quatro anos. E no início de 2016, não parece dar sinais de que sairá tão cedo, na opinião de especialistas ouvidos pela reportagem.
Devido à sua rapidez para apresentar novos recursos, além da administração eficiente da equipe de Mark Zuckerberg, o Facebook continua se mantendo no topo e ainda comprou dois de seus possíveis concorrentes, o Instagram e o WhatsApp. As redes sociais veteranas – Twitter, Google Plus, Pinterest – não estão acompanhando o crescimento da grande rival no mesmo ritmo, e as novatas – Ello, Tsu – não disseram ainda a que vieram.
Sendo assim, o que o futuro reserva? Devemos esperar ainda por um “novo Facebook”, ou este será justamente o próprio Facebook?
“Cito cinco motivos para o seu sucesso: a inovação constante, boa administração, aquisições acertadas, fidelidade aos usuários e o acréscimo de novos serviços”, definiu Alex Primo, professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Ufrgs.
“O Facebook é uma empresa como nenhuma outra em termos de plataforma e infraestrutura. São milhares de pessoas trabalhando para que os usuários tenham a melhor experiência. Esta gera dados que serão utilizados para melhorar a entrega de mídia para anunciantes. É um trabalho muito bem feito para manter as pessoas ativas e os anunciantes satisfeitos”, argumenta Ian Black, diretor-executivo da New Vegas, agência digital especializada em mídia social.
E, ao contrário do que esperava, as aquisições do Instagram e do WhatsApp não levaram à deterioração de nenhum dos dois. “O fato de manter elas funcionando de forma independente talvez seja um indício de que o objetivo é mais compartilhar expertise do que propriamente acabar com a ferramenta original. O Facebook estaria mais interessado em desenvolvedores para dispositivos móveis, setor em que eles não eram fortes ainda”, ressalta a pesquisadora Gabriela Zago, doutora em Comunicação e Informação pela Ufrgs.
Rivais à deriva.
Hoje em dia, as opções de quem quer sair da supremacia do Facebook são o Twitter, focado na grande interação de eventos em tempo real; e o Google Plus, que apesar de pouco usado até hoje mantém uma boa base de usuários, muito por conta da polêmica imposição do gigante das buscas de se criar uma conta na rede social para usar seus outros serviços.
No ano passado, o Facebook lançou o live video streaming, um serviço de notícias (Instant Articles), passou a aceitar GIFs na timeline e expandiu o recurso de alertas de segurança. Mas o Twitter também teve um 2015 agitado, com a criação do serviço de live streaming Periscope, o fim do limite de 140 caracteres para mensagens diretas, a transformação do “favoritar” em “curtir”, um serviço de curadoria de notícias chamado Moments… tudo levando aos caminhos do seu rival ao passo que desagradou usuários veteranos.
Por fim, as novas redes sociais dos últimos dois anos parecem longe de ameaçar a rede de Zuckerberg. O Ello, que promete nunca usar dados dos usuários para fins publicitários; e o Tsu, que diz pagar usuários em troca da geração de conteúdo, ainda não pegaram. No Brasil, tivemos o curioso caso do Faceglória, cópia do Facebook para evangélicos e devidamente acusada de plágio.
“À medida que surgem essas redes menores, o usuário precisa dividir seu tempo. Só vou me concentrar em uma nova rede se ela me oferecer um diferencial muito grande nos contextos de relacionamento, de facilidade de uso, de trazer alguma vantagem extra”, detalha a professora Beth Saad, especialista em mídias sociais.