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Colunistas Washington Olivetto, canonizado em Cannes

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A honraria é para países que tenham compromisso com a criatividade.

Foto: Divulgação

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Na última segunda-feira iniciou a cerimônia de premiação mais importante do mundo da propaganda, o Festival Cannes Lions. Um momento histórico para a propaganda brasileira por dois motivos: o país foi reconhecido como o primeiro “Creative Country of the Year” da história do Cannes Lions. A honraria é para países que tenham compromisso com a criatividade e materializem com relevância trabalhos que moldam a indústria e a cultura global.

O segundo foi realizado uma homenagem para o brilhante publicitário brasileiro. Um desfile com o trio W do Brasil que percorreu uma das principais avenidas da cidade francesa.

Sua história de reconhecimento estreou quando ele ainda era muito jovem, 23 anos. Em 1974, com o filme “Homem de 40 anos” quando estava na DPZ para o Conselho Nacional de Propaganda. O comercial mostrava fotos de homens que só tiveram sucesso com mais de 40 e criticava a exigência de idade em anúncios de emprego.

O fantástico é que esse foi o primeiro dos mais de 50 Leões que conquistou. Mais ainda. Para quem acompanhou o seu portfólio criativo, nunca restou dúvida de que o Washington criava suas campanhas não pensando em premiação e sim em colocar as marcas dos clientes no altar desejado por todas: a mente e o coração dos consumidores. Portanto, as peças incorporaram o memorial emocional dos mesmos. Impossível alguém, que viveu no período em que as peças foram veiculadas, dizer que nunca ouviu falar de um dos seus premiados comerciais. No meu caso, três chegaram na minha fase bebê da propaganda e o primeiro ainda na fase pré-parto.

A primeira tem a paternidade dele, do Petit e do Zaragoza nos tempos de DPZ, 1978. Mil e uma utilidades. Bombril.

A segunda conferiu para ele Ouro em 1987. Um dos maiores clássicos da publicidade brasileira e da carreira de Olivetto: “Meu primeiro sutiã”, da W/ GGK. A terceira, no ano seguinte, também da mesma agência, conferiu Ouro com um filme que virou clássico: “Passeata”, para o jeans Staroup, trazia à tona a repressão policial contra estudantes durante a ditadura militar. Tive a oportunidade de, em 1991, passar cinco dias num tour de palestras para a Federação dos Jovens Empresários do RS e o lançamento do seu livro Quem não faz poeira come poeira, acompanhado do CEO da marca, André Ranschburg , não resisti, perguntei: me conta como foi a aprovação do filme? Era uma peça perigosa para aquele momento. Foi difícil aprovar? Ele respondeu: não, pois quando li o texto do filme que dizia “ …Staroup passa pelo mais rigoroso controle de qualidade… e dá total liberdade aos seus movimentos..” e a decupagem das cenas do filme disse “tá aprovado”.

A quarta peça é de 1989 Um filme de produção simples e ideia muito impactante “Hitler”, para a Folha de S. Paulo. Aliás, criação em duo com outro monstro para publicidade brasileira e internacionalmente reconhecido, Nizan Guanaes. Agência W/Brasil.

A quinta do meu list Olivetto é com a voz de Tim Maia e a música “Como Uma Onda”, este comercial é de 1993 para a marca Rider .Na minha opinião escolha da trilha foi o pilar para o sucesso do filme.

Feito essa breve retrospectiva de alguns dos motivos pelos quais eu e milhares de colegas mundo a fora admiram o W você deve estar se perguntando: o que tudo isso tem a ver com a sua canonização. Vamos lá a palavra tem um significado no âmbito católico que declara um indivíduo como santo e permitindo que ele seja venerado. Creio que se aplica no caso dele em que pese nunca tenha declarado sua opção religiosa. É reconhecer e exaltar alguém ou algo como um exemplo perfeito, digno de admiração e imitação.

No meu calendário pessoal essa semana do Festival Cannes Lions 2025 passará a reverenciar a canonização de Washington Olivetto.

Ou seja não é um milagre.

Gil Kurtz, publicitário, diretor da KG CONSULTORIA e vice-presidente do Fórum Latino-americano de Defesa do Consumidor.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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https://www.osul.com.br/washington-olivetto-canonizado-em-cannes/ Washington Olivetto, canonizado em Cannes 2025-06-20
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