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Notícias Já chega a quatro o número de policiais gaúchos assassinados por criminosos em 20 dias

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Edler, 54 anos, foi baleado durante operação em Montenegro. (Foto: Reprodução/SSP)

Ocorrida na manhã dessa terça-feira, a morte do escrivão Edler Gomes dos Santos, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, engrossou uma estatística que tem preocupado as autoridades ligadas à segurança pública: os assassinatos de agentes do setor, durante o expediente externo de trabalho. Somente nas últimas três semanas, foram quatro casos fatais desse tipo no Estado.

Edler, 54 anos, estava desde 2010 na corporação, onde atuava na Delegacia de Lavagem de Dinheiro do Denarc (Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico). Ele perdeu a vida ao ser atingido por um tiro quando cumpria em Montenegro, no Vale do Caí, mandados judiciais no âmbito de uma megaoperação contra crimes rurais e comércio ilegal de armas.

O crime foi cometido por volta das 8h, quando o escrivão e seu colega Alexandre Machado chegaram em uma caminhonete da Polícia Civil a uma casa na periferia de Montenegro e ordenaram a rendição de um suspeito, armado com uma espingarda de calibre 12. O homem reagiu acertando um tiro no ombro de Edler.

Em seguida, um segundo disparo contra a viatura gerou estilhaços que feriram Alexandre, que por sua vez trocou tiros com o agressor, que acabou morto no local. Ele foi identificado como Claudio Roberto Narde, com antecedentes por crime ambiental. Edler não resistiu ao ferimento, apesar do atendimento prestado no local pelo colega, que foi hospitalizado e não corre o risco de morrer.

A ofensiva, com 380 agentes em 37 cidades gaúchas, previa o cumprimento de mais de 80 mandados de busca e apreensão, ao longo do dia, mas após a confirmação da morte do colega, a delegada Nadine Anflor, chefe da Polícia Civil, determinou o cancelamento de todas as operações previstas para os próximos dias: “Isso nos choca e abala, mas não desistiremos de seguir com toda a energia no combate à criminalidade”, emocionou-se.

O corpo começou a ser velado no início da noite, no Cemitério Jardim da Paz, no bairro Agronomia (Zona Leste), inicialmente de forma reservada a familiares, parentes, amigos e colegas. Às 7h30min desta quarta-feira, porém, a cerimônia será aberta ao público em geral. Já o sepultamento deve ocorrer no final da manhã.

Repercussão

Após ser informado do crime, o governador Eduardo Leite suspendeu o seu embarque para Washington (EUA), onde participaria de um curso junto com o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior. Ele usou a sua conta oficial no Twitter para comentar o caso: “Tivemos uma manhã triste com a notícia da morte do policial civil Edler Gomes dos Santos, atingido durante operação contra crimes rurais, em Montenegro. Meus sentimentos e minha solidariedade (…)”.

Além da própria Polícia Civil, outras entidades emitiram mensagens de luto por mais esse homicídio de profissionais do setor durante o cumprimento do dever. “A SSP se solidariza com a dor dos familiares, policiais e amigos pela perda irreparável, e não medirá esforços para a responsabilização dos culpados”, postou em seu site a Secretaria de Segurança Pública.

Já a Asdep (Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul) sublinhou que, embora seja da essência da missão de todo policial colocar a sua vida em risco na defesa da sociedade, uma ressalva se torna necessária: “Não é mais admissível que a administração pública continue a exigir sacrifícios sem dar a contraprestação mínima em condições de trabalho”.

O Exército, por meio do CMS (Comando Militar do Sul), também se manifestou sobre o incidente. Em nota, classificou o episódio de “lamentável” e chamou a atenção para a recente sequência de perdas de policiais: “Nosso respeito e apreço a mais um herói que morre para proteger as pessoas de bem”.

Integrantes da Polícia Civil e da BM (Brigada Militar) também fizeram protestos e homenagens a Edler em diversas cidades gaúchas. Em algumas delas, viaturas foram perfiladas e tiveram as suas sirenes acionadas. Na sede do Denarc, onde o escrivão trabalhava, as bandeiras nacional e do Estado estavam a meio mastro, reiterando o clima de comoção entre os colegas do policial morto.

Sequência fatal

A Polícia Civil gaúcha não havia registrado baixas fatais em 2019, mas Edler não é o primeiro policial assassinado no Rio Grande do Sul neste ano. Trata-se do quinto caso desse tipo desde janeiro e o quarto em três semanas, cabendo à BM as outras quatro ocorrências com desfecho fatal durante ações de combate ao crime.

Há uma semana, o PM Gustavo Nunes Júnior, 26 anos, foi baleado durante perseguição motorizada a um trio de suspeitos no bairro Alto Teresópolis, na Zona Sul de Porto Alegre, à noite. Antes, na madrugada de 27 de junho, os também brigadianos Rodrigo Seixas, 32 anos, e Marcelo Feijó, 30 anos, perderam a vida ao serem baleados por traficantes em um beco na vila Conceição, na Zona Leste.

(Marcello Campos)

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