Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 4 de novembro de 2019
Um grupo de cientistas do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, está trabalhando com a Nasa para realizar uma missão interestelar em 2030. A notícia foi relatada recentemente pela revista Wired.
Segundo os especialistas, a ideia é enviar ao espaço uma nave de 770 quilos com a ajuda do foguete Space Launch System, da Nasa, que deve ficar pronto em 2021. Se o projeto acontecer, os desafios da equipe residem na tecnologia: eles precisam desenvolver aparelhos que levem a cápsula para fora do Sistema Solar da forma mais econômica possível.
“É hora de termos uma ideia que realmente possamos executar”, disse Ralph McNutt, físico do projeto, à Wired. “Até agora, as pessoas não pensavam nisso como um problema de engenharia.”
Explorar o que existe além dos horizontes do Sistema Solar será útil para diversas áreas da ciência, mas a equipe está especialmente focada em desenvolver um projeto que possibilite descobrirmos mais informações sobre o lugar do Universo em que vivemos. “Estamos dentro de uma bolha tentando descobrir qual é a sua forma, o que é extremamente difícil”, disse Pontus Brandt, outro participante do projeto. “A singularidade de uma sonda interestelar é que podemos sair e tirar uma foto da nossa pequena e habitável bolha no espaço.”
Voyager 1 e 2
Se der certo, essa não será a primeira vez que uma nave espacial cruzará a fronteira do nosso sistema. Em 2012, a Voyager 1 chegou ao espaço interestelar; em 2018, a Voyager 2 realizou o mesmo feito. Ambas foram lançadas em 1977.
Entretanto, a nova missão dos especialistas de Johns Hopkins se difere em diversos aspectos do consagrado Projeto Voyager. O objetivo é criar uma sonda que tenha vida útil de pelo menos meio século e viaje 149 bilhões de quilômetros em menos de 15 anos (a Voyager levou quatro décadas para cruzar apenas 21 bilhões de quilômetros).
Outra diferença: as antigas missões foram projetadas para ser exploradoras planetárias e, portanto, estavam equipadas para realizar pesquisas científicas nesse ramo. Felizmente, o Projeto Voyager obteve dados referentes a diversas outras áreas da astrofísica, mas muitas perguntas permanecem sem respostas.
Para Brandt, preparar um equipamento com o objetivo de explorar o que há além do Sistema Solar é algo que nunca foi feito antes. “Este é o primeiro passo explícito da humanidade para [chegar] ao espaço interestelar”, afirmou o especialista.