Quinta-feira, 10 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 5 de setembro de 2019
A produção de carros e comerciais leves avançou 1,1% em agosto na comparação com o mês anterior, informou a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) nesta quinta-feira (5). No oitavo mês do ano foram produzidos 269,8 mil automóveis, 2.817 a mais que em julho. As informações são do jornal Folha de S.Paulo e da Agência Brasil.
Apesar do avanço na comparação mês a mês, na relação com agosto de 2018, a produção de carros pelas montadoras no Brasil teve uma retração de 7,3%.
Já os emplacamentos do mês apresentaram queda tanto na relação com julho (- 0,3%) quanto com agosto de 2018 (- 2,3%). No acumulado do ano, houve um avanço de 9,9% no licenciamento, na relação com o mesmo período do ano anterior.
Já as exportações continuam operando no vermelho, com quedas em todos os recortes de comparação. Na relação mês a mês, o recuo foi de 12,8%, entre agosto de 2018 e de 2019, a retração chegou a 34,6% e no acumulado do ano o percentual de queda é ainda maior: 37,9%.
“Não tem nenhum fato novo, é a Argentina. Só para dar uma dimensão: nós exportamos em julho para lá 18 mil unidades e, em agosto, caiu para 12 mil. Então continua sendo um desafio”, afirmou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
O presidente da entidade afirmou que o controle de dólares no país vizinho, a princípio, não deve afetar o setor automotivo brasileiro, mas o sinal preocupa.
“Ainda estamos tentando entender o que significa isso. Em um primeiro momento não afeta o sistema de produção, mas o controle de moedas para o mundo do negócio não é bom”, afirmou.
Moraes também comentou um possível anúncio de novos prazos para o acordo de livre-comércio entre o Brasil e a Argentina no setor automotivo.
Em reportagem de julho, a Folha mostrou que os argentinos solicitaram a prorrogação do atual sistema de comércio administrado de veículos e autopeças até julho de 2023. Já os brasileiros preferiam manter o que estava inicialmente previsto: o livre-comércio a partir de julho de 2020.
De acordo com Moraes, há uma movimentação para que os governos anunciem detalhes sobre mudanças nessa parceria nesta sexta-feira (6).
“O acordo com a Argentina termina em julho e é natural que nesse momento que se discuta essa renovação. Os detalhes estão planejados para serem divulgados amanhã. E a direção é para se chegar ao livre-comércio, qual é a data, nós ainda não sabemos.”
Vendas
Para o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, as vendas devem crescer cerca de 11% no ano, tendo em vista o acumulado registrado. Segundo ele, normalmente o segundo semestre sempre é um período melhor do que o primeiro e neste ano vem aliado a outros fatores.
“A redução da taxa Selic está vindo para os financiamentos, o CDC, que é a principal ferramenta de financiamento, está com uma taxa de 20% ao ano, e os bancos estão com apetite de oferecer mais crédito e a inadimplência está sob controle. Não vai ser um grande crescimento, mas será melhor do que o primeiro semestre”, disse.