Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 23 de setembro de 2019
Após Milton Nascimento declarar, em entrevista publicada no domingo (22) no jornal Folha de São Paulo, que a “música brasileira tá uma merda” e que “as letras, então (…) uma porcaria”, artistas não se sentiram confortáveis e contestaram o cantor. Anelis Assumpção, filha do cantor e compositor Itamar Assumpção, fez um relato no Instagram pedindo que Milton buscasse conhecer os artistas que não ganham os holofotes da mídia e das plataformas. Como exemplo, citou Liniker e Rincon Sapiência.
“Há, neste Brasil, infinitos artistas enriquecendo a cultura com novas linguagens, escritas e tecnologia. Há uma música preta, ocupando um espaço inédito que vai de Rincon a Josyara. Você já ouviu a Josyara tocar e cantar? E Liniker? Luedji? Percebes que tem muitas compositoras abrindo uma nova reflexão linguística a partir de seus escritos? É pena uma grande imensa parte da música brasileira estar à margem, como meu velho pai”, escreveu a cantora.
O cantor, compositor e produtor baiano, Lucas Santtana concordou com a opinião de Anelis. “Isso aí, companheira! E ainda defendo os artistas mais populares também, tem muita gente boa!”, escreveu ele. Outras personalidades fora da cena musical também corroboram o posicionamento de Anelis, como o ator Fabrício Boliveira e a radialista Roberta Martinelli.
Com a publicação da entrevista dada à colunista Mônica Bergamo, a assessoria de Milton Nascimento se desculpou nas redes sociais. Disse que as críticas do compositor se referem aos artistas do mainstream nacional, consumidos em massa pelo público, e citou os nomes de Maria Gadú, Rincon Sapiência, Tiago Iorc, Rubel, Tim Bernardes, Tom Veloso, Djonga, Emicida, Liniker, Mallu Magalhães e Céu, entre outros, como jovens músicos de quem Nascimento gosta.