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Por Redação O Sul | 8 de junho de 2015
A pedido da oposição, um encontro de 2006 entre o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o diretor de Abastecimento da Petrobras na época, Paulo Roberto Costa, será questionado pela CPI da Petrobras. De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, uma auditoria promovida pela estatal para apurar as circunstâncias que envolveram a polêmica aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), revelou que o encontro ocorreu em Brasília, dias antes da aprovação do negócio.
A reunião ocorreu em 31 de janeiro daquele ano e a compra da refinaria foi aprovada pelo Conselho de Administração da estatal no dia 3 de fevereiro. Segundo dados do TCU (Tribunal de Contas da União), a aquisição resultou no desembolso de 1,25 bilhão de reais por parte da Petrobras, com disputa judicial entre os sócios e um prejuízo total estimado em 792 milhões de reais.
Ainda segundo a matéria, essa informação consta em relatório que forneceu subsídios à comissão responsável pela investigação interna na estatal. O documento lista todas as viagens de trabalho realizadas no período pelos diretores e executivos da Petrobras, dentro do Brasil ou no exterior.
O encontro entre o presidente da República e o diretor de Abastecimento (atualmente em prisão domiciliar no Rio de Janeiro), entretanto, não foi mencionado nas conclusões da auditoria. Já a assessoria do Instituto Lula admitiu que o encontro constou na agenda presidencial daquele dia. Alegou, porém, que a compra da refinaria não foi discutida na ocasião.
Explicações
Conforme o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), primeiro vice-presidente da CPI da Petrobras, um requerimento pedindo explicações à estatal e ao Planalto deve ser encaminhado já nesta segunda-feira. Esse documento ainda terá que ser votado pelos membros da CPI.
“É razoável pensar que esse encontro foi um passo decisivo para a aquisição da refinaria. Não é algo que se compre todos os dias. Acredito que todos terão interesse em tais explicações, tanto o governo quanto a oposição”, avaliou o parlamentar. (Marcello Campos com agências)