Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 1 de abril de 2019
Com a inscrição “Bolsonaro, detenha a destruição da Amazônia” em um cartaz gigante pendurado na muralha da Cidade Velha de Jerusalém, os ativistas do Greenpeace pediram nesta segunda-feira (01) que o presidente brasileiro se comprometa com a preservação do meio ambiente.
Vários membros da organização, usando coletes verdes, escalaram os muros centenários da parte antiga da Cidade Santa para colocar o cartaz na frente do hotel onde Jair Bolsonaro está hospedado.
“Lembraremos ao presidente da importância da Amazônia em todos os momentos, sem descanso”, declarou em comunicado publicado em português a seção da associação para o meio ambiente do Brasil, que denunciou que “uma área correspondente a dois campos de futebol da selva amazônica é desmatada a cada minuto”.
A organização considera que a Amazônia “trata-se de um patrimônio de todos os brasileiros que está sendo destruído” e considerou que isso “é inaceitável e deve ter um fim”.
O protesto do Greenpeace precedeu a visita de Bolsonaro à basílica do Santo Sepulcro, o templo mais sagrado para o cristianismo, e ao Muro das Lamentações, o lugar de culto mais importante para os judeus – ambos dentro da Cidade Velha de Jerusalém. No Muro das Lamentações, Bolsonaro estava acompanhado por Benjamin Netanyahu.
Bolsonaro, que chegou no domingo a Israel para uma visita oficial de quatro dias – um sinal das boas relações do seu governo com o premiê israelense –, anunciou a abertura de um escritório de negócios em Jerusalém, que não terá caráter diplomático.
A decisão frustrou israelenses e eleitores do presidente, já que essa era uma de suas promessas de campanha. Neste segunda, no entanto, Bolsonaro afirmou que tomará uma decisão definitiva sobre o tema “bem antes” do fim do seu mandato, em 2022.
Por outro lado, os palestinos também ficaram irritados com o anúncio do escritório brasileiro e disseram que pedirão esclarecimentos a seu embaixador no Brasil sobre a decisão tomada pelo governo.
Cacau
O Ministério da Economia estuda a emissão de títulos verdes – os green bonds – para financiar o plantio de cacau em áreas degradadas da Amazônia. A ideia é ampliar concessões florestais e utilizar terras públicas sem destinação específica. Elas representam cerca de 70 milhões de hectares na região e, sem o cuidado do Estado, caem nas mãos de grileiros.
“Houve um sequestro da agenda ambiental por grupo anticapitalista e queremos trazê-la para um ambiente de negócios, preservando e gerando riqueza”, afirmou o subsecretário da pasta, Rogério Boueri.