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Geral Batalhão de Suez comemora a missão de paz no Canal de Suez e seus feitos que culminaram com a outorga do Prêmio Nobel da Paz em 1988

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Pedro Paulo Pheula (E), Luiz Augusto Liotti (C) e Alexandre Gadret (D).

Em 29 de outubro de 1956, o presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser, nacionalizou o Canal de Suez, proibindo no local a passagem de navios israelenses. A atitude desagradou aos ingleses e franceses que mantinham o monopólio sobre esta importante via de navegação. A reação das partes que se sentiram prejudicadas não demoraria: em poucas horas começaria a intervenção militar dos europeus e judeus.

Enquanto os ingleses e franceses ocupavam a zona do Canal, Israel invadia a Península do Sinai e ocupava o enclave jordaniano, a oeste do Rio Jordão, de tal forma que parte da cidade santa de Jerusalém ficou dentro dos limites de Israel. Tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética se opuseram aos atos de guerra, mas foi a União Soviética que partiu o ultimato para que as forças invasoras abandonassem suas posições. Sofrendo as pressões diplomáticas da ONU e das duas grandes potências, os europeus logo se retiraram e os judeus, um ano depois.

O presidente egípcio buscou a proteção da ONU, quando então foi criada a UNEF (United Nations Emergency Force), com o Batalhão de Suez, conhecido como os “boinas azuis” entram em cena estabelecendo na Faixa de Gaza uma área de 100 quilômetros por 10 quilômetros de largura, formada por contingentes de dez países, entre eles o Brasil, ao lado de Canadá, Colômbia, Dinamarca, Finlândia, Índia, Indonésia, Iugoslávia, Noruega e Suécia. Cada um destes agrupamentos tinha em média 600 homens, num total de 6.300 representando todas estas nações.

A presença da UNEF em território egípcio por longos dez anos foi justificada pelo pedido de Nasser que se julgou capaz de defender o local, pedindo a retirada da Força de Paz. “Ao longo de dez anos, esta foi a maior força de paz do século 20”, diz o Coronel Presidente da Associação Brasileira de Integrantes do Batalhão Suez-RS, Luiz Augusto Cristóvão Liotti. “A maior do século 21 foi a do Haiti”, aponta Luiz Augusto Cristóvão Liotti, que participou e coordenou esta última missão de paz. “O Brasil já tem história lá fora”, complementa.

Seguiu-se a Guerra dos Seus Dias, em 1967, em que o Egito e seus aliados foram derrotados pelo pequeno e bem equipado exército e força aérea de Israel. “Foi uma das guerras mais sangrentas da época, que aconteceu entre os dias 5 e 11 de junho de 1967”, diz o Coronel. “O Brasil teve que se virar sozinho, ocupando posições de países que haviam se retirado, entre maio e junho”.

O Coronel Liotti e Pedro Paulo Pheula, que participou como soldado do contingente de 1967, estiveram visitando a Rede Pampa esta semana, tendo sido recebidos pelo presidente da empresa, Alexandre Gadret. O objetivo da visita foi a divulgação dos feitos do Batalhão Suez, distinguido pela Fundação Nobel, que outorgou, em 1988, o Prêmio Nobel da Paz às Forças de Manutenção da Paz da ONU pelos serviços prestados desde 1948.

Ao todo foram três contingentes enviados à região: o primeiro que saiu do RS foi 1959, outro em 1963, tendo permanecido até1964, além do contingente de 1967, durante a chamada Guerra dos Seis Dias.

Eles narram vivências da época, muitas delas detalhadas por Pedro Paulo Pheula, que inclusive escreveu um livro de memórias da guerra. Ele tinha apenas 19 anos quando optou por integrar o contingente de 1967. “O 18º Regimento de Infantaria nos preparou para a missão”, recorda, sublinhando sua ocupação, à frente do comando da área de saúde do Batalhão. “A atividade era importante, havia muita insalubridade e inflamações de ouvido, nariz, dificuldade de cicatrização eram frequentes”.

Além das precárias condições, com todos dividindo barracas de lona, em locais com muita areia, altas temperaturas durante o dia, na casa dos 50 graus e chegando aos três graus, às vezes negativos, à noite, a maior dificuldade ainda estava na ausência da família e da falta de comunicação com o país de origem.

Pheula frisa a participação de jornalistas na equipe, como Glênio Peres, representando o Correio do Povo e Tito Tajes, o Diário de Notícias, que através do rádio davam notícias do Batalhão aos familiares. Segundo ele, de três em três meses eles tinham liberação para viajar ao Cairo e a Beirute, custeados pela UNEF. “Era uma forma de não enlouquecer”. Mesmo frente aos problemas de um conflito, ele diz que a missão foi importante e que ensina a todos valentia, disciplina consciente com hierarquia e respeito. (Clarisse Ledur)

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