Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Bolsonaro demite comando de órgão de reforma agrária. General que preside o Incra e secretário do Ministério da Agricultura entraram em conflito 

Compartilhe esta notícia:

O general João Carlos Jesus Corrêa (C) foi demitido da presidência do Incra. (Foto: Agência Brasil)

Após pressão de ruralistas, o presidente Jair Bolsonaro decidiu substituir a presidência e a diretoria do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

A saída do general João Carlos Jesus Corrêa da presidência e dos demais diretores de seus cargos no órgão foi definida em uma reunião na tarde desta segunda-feira (30), no Palácio do Planalto. O encontro teve a participação de Bolsonaro, da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e do secretário especial de Assuntos Fundiários da pasta, Nabhan Garcia.

Jesus Corrêa e Nabhan vinham protagonizando uma longa disputa sobre a entrega de títulos de propriedade de terras para assentados, sobretudo na Amazônia. O secretário de Assuntos Fundiários argumenta que esse processo de regularização fundiária garantirá ao assentado acesso a crédito e financiamento, mas críticos alegam que essa política configura um estímulo à grilagem de terras.

O general, que estava no comando do Incra desde fevereiro, era visto por Nabhan como um obstáculo para a política de entrega de títulos para assentados, razão que motivou sua demissão. Internamente, Jesus Corrêa vinha se defendendo das críticas de Nabhan com o argumento de que o Incra sofreu severos cortes orçamentários, o que inviabiliza a política de regularização fundiária defendida pelo secretário especial.

O governo trabalha com a promessa de entregar 600 mil títulos de terra no País em quatro anos, informou Nabhan Garcia em entrevistas em agosto. O número, contudo, é considerado, dentro das atuais condições do Incra, inexequível por técnicos do instituto. A média anual oscila de 30 mil a 40 mil famílias. De janeiro para cá, o número não teria passado de 2 mil.

Na avaliação de técnicos do órgão, um dos entraves para o cumprimento dessa meta foi originado pelo próprio governo, ao desarticular o programa Terra Legal, criado em 2009, durante o governo Lula (PT).

Em oito anos, até julho de 2017, o programa já havia distribuído 13 milhões de hectares, sobretudo à responsabilidade de órgãos da União, nos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

O programa buscava georreferenciar, cadastrar, regularizar e titular as terras, o que auxiliava no combate ao desmatamento. Outro ponto de atrito entre Nabhan e a atual gestão do Incra se refere às desistências de áreas para assentamentos. O secretário especial tem pressionado para que o instituto desista de desapropriar terras para a reforma agrária no Brasil, prática que já foi alvo de uma advertência pelo Ministério Público Federal.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Uruguai espera presença recorde de turistas brasileiros neste ano
Em carta à família, Marcelo Odebrecht pede para voltar à empreiteira
https://www.osul.com.br/bolsonaro-demite-comando-de-orgao-de-reforma-agraria-general-que-preside-o-incra-e-secretario-do-ministerio-da-agricultura-entraram-em-conflito/ Bolsonaro demite comando de órgão de reforma agrária. General que preside o Incra e secretário do Ministério da Agricultura entraram em conflito  2019-09-30
Deixe seu comentário
Pode te interessar