Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 10 de setembro de 2017
A brasileira Marilaine Sanches, que viajou de férias para Orlando, nos Estados Unidos, com o marido e os filhos de 5 e 10 anos, relatou uma sensação de pânico entre os hóspedes do hotel em que ela está com a família no condado de Orange. O furacão Irma já deixou quatro mortos ao chegar à Flórida neste domingo (10) e a previsão é de que chegasse à Orlando ainda na madrugada desta segunda-feira (11).
“Estamos muito apreensivos por conta do que está por vir, mas estamos tentando manter a calma até por conta das crianças. O hotel está lotado. Muitas pessoas saíram de suas casas aqui para se abrigar nos hotéis. Tem um toque de recolher para as 19h e a ordem é que fiquemos longe das janelas. Por isso, vamos passar a noite em um banheiro”, afirmou.
Segundo Marilaine, a família comprou várias lanternas, carregadores de celulares e mantimentos, como alimentos e água. Esta é a quinta vez que ela vai para Orlando, mas é a primeira vez que vivencia uma situação dessas.
Ainda de acordo com ela, a família deve retornar ao País na quarta-feira (13). “Já fizemos uma mala com poucas roupas e documentos se tiver que sair do hotel e ir para abrigos. Mas iremos retornar ao Brasil na quarta. Rezar para que não haja muita destruição”, diz.
Vítimas
As três primeiras vítimas fatais da tempestade em solo norte-americano foram confirmadas em coletiva de imprensa concedida pelo governador da Flórida, Rick Scott. Uma quarta morte foi confirmada pela prefeita de Orange County, Teresa Jacobs. A vítima perdeu a vida em um acidente de carro decorrente do Irma. O Serviço Meteorológico Nacional fez um apelo às pessoas que não tinham seguido os alertas de evacuação para que procurassem refúgio e protegessem suas vidas.
Cerca de 4 milhões de pessoas ficaram sem luz em razão do furacão. Ao todo, 6,3 milhões de pessoas – cerca de 1/3 da população do Estado da Flórida – foram orientadas a evacuar, criando engarrafamentos em estradas e superlotação em abrigos.
Itamaraty
O governo brasileiro prepara um plano de remoção para retirar 32 cidadãos brasileiros que estão na ilha de St. Martin, no Caribe, após a passagem do furacão Irma pela região deixar ao menos 28 mortos em cinco ilhas. Neste domingo, o Irma perdeu a força e atingiu a Flórida, deixando mais três mortos.
Ao todo, 65 cidadãos do País que estão no Caribe são monitorados pelo Ministério das Relações Exteriores, que também trabalha com o governo do Reino Unido para resgatar os brasileiros que estão em territórios britânicos na região.
Os brasileiros sob atenção consular estão localizados nas Ilhas Virgens Britânicas (22 pessoas), em Turks e Caicos (11) e na ilha de Saint Martin (32), território de 87 km² que pertence parte à França e parte à Holanda e que foi um dos mais devastados pelo Irma. Segundo o Itamaraty, eles foram deslocados para abrigos, como a maioria das populações locais — as administrações das ilhas não fazem distinção entre locais e turistas ao prestar socorro. Alguns já teriam sido incluídos em planos de remoção executados por França e Holanda.
Na próxima terça (12), o governo enviará um avião da Força Aérea Brasileira para Saint Martin, onde as condições meteorológicas melhoraram. Em Tortola (Ilhas Virgens britânicas) o aeroporto ainda não apresentava condições de pouso até o início da noite deste domingo.
O Brasil não tem representação diplomática nos territórios em questão, e o atendimento tem sido feito por telefone e mensagens.
Os consulados e embaixadas mais próximos, que trabalham na prestação de assistência, estão em São Cristóvão e Nevis, Barbados e Trinidad Tobago. (AG/Folhapress)