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Geral Conselho de Medicina suspende por seis meses a licença de médico que abusava de pacientes no Ceará e que já havia sido afastado do cargo de prefeito

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O próprio prefeito filmava os casos de abuso, sem o consentimento das pacientes. (Foto: Reprodução/TV Globo)

O Cremec (Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará) suspendeu, nesta terça-feira (16), por seis meses o médico José Hilson de Paiva, 70 anos, suspeito de abusar de pacientes. Ele não pode exercer a medicina no período e a interdição cautelar pode ser prorrogada por mais seis meses. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Na segunda-feira (15), Paiva já havia sido afastado do cargo de prefeito de Uruburetama, cidade a 110 km de Fortaleza, por 90 dias. Promotoria e polícia vão apurar as denúncias.

O conselho vai investigar a conduta do médico, que aparece em vídeos supostamente abusando de pelo menos 17 pacientes. O processo que pode vir a cassar a licença para Paiva atuar como médico pode demorar até dois anos, mas em casos mais graves pode ser feito de forma mais rápida.

Ele terá direito a se defender. O Ministério Público do Ceará apura se ele cometeu abuso em atendimento a pacientes.

“Horríveis, nojentas e repugnantes.” Com essas palavras o médico Diogo Leite Sampaio, vice-presidente da Associação Médica Brasileira, classificou as imagens que viu e que estão em posse da polícia e do Ministério Público do Ceará.

“O atendimento médico que ele faz, que não posso chamar de atendimento médico, dura bastante, 30, 40 minutos, e ele passa o tempo inteiro tentando convencer a paciente a realizar os seus abusos”, disse Sampaio à Folha. Ele viu os 63 vídeos convidado pela TV Globo, que divulgou o caso no Fantástico, no domingo (14).

Paiva, que em Uruburetama e em Cruz, cidade a 150 km de onde é prefeito e na qual também atendia pacientes como ginecologista é chamado de Dr. Hilson, nega qualquer abuso. Por meio do advogado Kaio Galvão de Castro diz que os atos que sempre fez foram consensuais. Sobre os vídeos, a defesa ainda não teve acesso e não comentou.

“Ele faz palpações inadequadas, coloca a boca no seio das pacientes, chegou a penetrar algumas pacientes com o próprio pênis. Mas além disso, que considero estupro, não abuso, ele também não examina as pacientes. Isso impede que se consiga avaliar algumas doenças, como preventivo do colo de útero, por exemplo. Não dá para chamar esse senhor de médico”, disse Sampaio.

Segundo ele a associação poderia denunciar, mas como o fato é público ele imagina que não apenas o Conselho de Medicina abrirá procedimento médico, como avalia que Paiva deveria ser preso.

“Imaginei que após a matéria [da TV Globo] no domingo alguém pediria a prisão preventiva dele na segunda. O menor dos problemas desse senhor é ético, ele deveria ser preso. Não é só o abuso físico, tem o mental, usava o poder que tinha na cidade, também como prefeito. Esse tipo de gente não representa a medicina”, disse Sampaio.

O Ministério Público do Ceará informou que como o caso corre em segredo de justiça não se pronunciaria a respeito.

Procurado, o CFM (Conselho Federal de Medicina) ainda não se pronunciou. A Polícia Civil informou que há inquérito aberto na delegacia de Uruburetama para investigar um político e médico ginecologista da região (não revelou o nome) e quem um boletim de ocorrência foi registrado em Cruz, contra o mesmo médico, na segunda (15).

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