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Por Redação O Sul | 17 de julho de 2019
A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos votou nesta quarta-feira (17) para efetivamente derrubar por ora uma resolução de impeachment contra o presidente norte-americano, Donald Trump, mas sem enterrar a questão que tem dividido democratas. As informações são da agência de notícias Reuters e da emissora internacional de notícias da Alemanha Deutsche Welle.
O autor da resolução, o deputado democrata Al Green, buscava capitalizar sobre a crescente crítica contra Trump após os ataques recentes que ele fez a deputadas democratas que pertencem a minorias.
A Câmara votou por 332 votos a 95 para derrubar a medida.
Green já tinha fracassado duas vezes na tentativa de aprovar uma resolução de impeachment, mas a desta quarta marcou a primeira vez que a Câmara tratou dessa questão desde que os democratas assumiram a maioria na Casa, neste ano.
Com a votação, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, teve novamente de arbitrar um conflito entre seus colegas de Partido Democrata, desta vez a discussão sobre a resolução de impeachment contra Trump.
Pelosi há muito tempo tenta evitar que democratas iniciem um processo de impeachment contra Trump, aguardando um resultado de uma investigação do Comitê Judiciário da Câmara sobre se Trump teria conspirado com a Rússia no caso das interferências nas eleições presidenciais de 2016 e cometido obstrução de Justiça na investigação do procurador especial Robert Mueller sobre o assunto.
Perguntada por jornalistas no Capitólio na manhã de quarta-feira se ela apoiava a resolução de Green, Pelosi disse: “Não, eu não apoio… Minha posição te surpreende?”.
James Clyburn, o Democrata número 3 da Câmara e um importante aliado de Pelosi, disse que preferia que a resolução fosse engavetada. “Eu não acho que estamos prontos para debater isso no momento”, disse.
Clyburn acrescentou que parte do motivo para isso era que Mueller deve depor ao Congresso na semana que vem.
Moção de repúdio
Green introduziu a medida pouco depois de a Câmara aprovar uma moção de repúdio a Trump, condenando “energicamente os comentários racistas do presidente Donald Trump, que tem legitimado e incrementado o medo e o ódio contra novos americanos e contra as pessoas de cor”, segundo o texto dos congressistas.
O alvo de Trump no último domingo havia sido um grupo de quatro democratas, cujas origens remetem a nações cujos governos, segundo afirmou, seriam “os piores, os mais corruptos e ineptos em qualquer parte do mundo”. Ele disse que elas deveriam voltar a esses países.
“Por que elas não voltam e ajudam a consertar esses lugares totalmente quebrados e infestados de crime de onde vieram? Depois, retornem e nos digam como deve ser feito. Esses lugares precisam muito da ajuda de vocês”, escreveu Trump.
O presidente acrescentou que a líder democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, “ficaria contente em providenciar rapidamente viagens gratuitas” para as congressistas.
Trump se referiu a “congressistas democratas progressistas”, em aparente referência ao grupo bastante ativo de congressistas jovens estreantes na atual legislatura da Câmara dos Representantes, composto por Alexandria Ocasio-Cortez, eleita por Nova York, Ilhan Omar, de Minnesota, Rashida Tlaib, do Michigan, e Ayanna Pressley, de Massachusetts.