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Tito Guarniere Diálogos reveladores

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Um dos pontos que tem gerado polêmica é a criação da figura do juiz das garantias. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

No domingo passado, houve manifestações em mais de 70 cidades brasileiras. Desta vez, em apoio ao ex-juiz e atual titular do Ministério da Justiça Sérgio Moro, e para não perder a viagem, dar – em sentido figurado, é claro – uns cascudos no Supremo Tribunal Federal e alguns dos seus ministros. Diminuiu o ímpeto, mas de todo modo milhares de pessoas foram às ruas e praças do país. Se para mais não seja, certos personagens, certas famílias brasileiras encontraram nos protestos domingueiros, uma forma de entretenimento e um sentido para as suas vidas.

Não sei quem compareceu, e com franqueza, nenhum desses manifestantes está no círculo de minhas relações. Não tenho certeza se isso é bom para mim ou para eles. O certo é que – pelos arquivos da The Intercept – ficou claro que a notícia de Moro no Ministério da Justiça caiu como uma bomba e causou enorme rebuliço entre procuradores do Ministério Público Federal, inclusive ligados diretamente à operação Lava-Jato, com quem o ex-juiz tocava de ouvido.

A procuradora Isabel Grobba, no dia 31/10/2018, estava indignada com Moro: “É o fim se encontrar com Bolsonaro e semana que vem interrogar o Lula”.

A sua colega de MPF Laura Tessler, à beira de um ataque de nervos, escreveu: “Pelo amor de Deus!!! Alguém fala pro Moro para não se encontrar com Bolsonaro!!!”. Laura é a procuradora cuja substituição foi “sugerida” por Moro (quando era juiz) ao coordenador da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, porque era fraca na inquisição de testemunhas.

Monique Cheker, procuradora que não é da Lava-Jato, em 01/11/2018, é incisiva: “(Moro) viola sempre o sistema acusativo e é tolerado pelos resultados”.

Antônio Carlos Welter, este da Lava-Jato, lembra que “um dos fundamentos do pedido feito ao Comitê da ONU para anular o processo de Lula é justamente a falta de parcialidade do juiz”. Ele quis dizer “falta de imparcialidade”. (Se há algo que parece não ter faltado a Moro, no caso, foi parcialidade).

O procurador Alan Mansur, em 28/10/2018 lamenta que “a esposa de Moro comemorando a vitória de Bolsonaro nas redes”. O mesmo Mansur em 01/11/2018 declara: “Sempre ficará o comentário de que Moro fez tudo isso para assumir o poder”.

No “chat”, Janice Ascari completa: “Moro já cumprimentou o eleito. Como perde a chance de ficar de boa, pqp”. Os leitores certamente sabem o que significa o “pqp”. Janice, em 31/10/2018 diz que “Moro se perdeu pela vaidade”. João Carlos de Carvalho Rocha concorda: “Ele se perdeu e pode levar a Lava-Jato junto” .

Em 28/10/2018 Luiz Fernando Lessa, que deve ser da capital, aborda o caso pelo lado de um suposto provincianismo do ex-juiz e da mulher: “ Esse povo do interior é muito simplório”.

Outro membro do MPF, na mesma data, José Robalinho Cavalcanti, acha que (a vitória de Bolsonaro) “compromete Moro e muito”.

A fama de Moro, depois de aceitar o ministério e compor a equipe de Bolsonaro, ficou abalada dentro do que é, por assim dizer, a sua própria casa. Os procuradores do MPF acima mencionados não devem ter comparecido às manifestações de domingo.

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Relações impróprias
Moro levou a melhor
https://www.osul.com.br/dialogos-reveladores/ Diálogos reveladores 2019-07-06
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