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Mundo Em nova etapa da crise, os Estados Unidos e a Coreia do Norte se provocam

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Kim Jong-un e Trump tiveram uma calorosa aproximação em 2018. (Foto: Reprodução)

Depois de quase irem às vias de fato em 2017, surpreenderem o mundo com uma calorosa aproximação em 2018 e se afastarem em 2019, EUA e Coreia do Norte agora estão na fase das pequenas provocações mútuas.

Na quinta-feira (9), a ditadura comunista fez o segundo teste de mísseis em duas semanas, indicando que pode estar retomando o programa que havia interrompido após a primeira cúpula entre Kim Jong-un e o presidente Donald Trump, em 2018.

Já os EUA anunciaram a retenção do segundo maior cargueiro norte-coreano, que estava detido num porto indonésio desde o ano passado.

Acusando a embarcação de furar o embargo internacional à ditadura por transporte de carvão, Washington apreendeu o navio e o está levando para a Samoa Americana, território seu no Pacífico.

Em seguida, Kim ordenou a realização de testes de mísseis de longo alcance, segundo a agência estatal.

Resta saber se dessa renovada hostilidade resultará uma reconciliação ou uma ruptura mais radical, realimentando o temor de um conflito na península coreana.

Ao assumir em 2017, Trump encarou Kim com uma retórica fortíssima. Recebeu de volta uma aceleração brutal do programa de foguetes, que do ponto de vista de alcance já podem atingir os EUA.

As estocadas pessoais de baixo nível e o renovado temor de que algum erro de cálculo poderia levar à guerra chegaram a um ápice, apenas para Trump ceder e fazer do “homem-foguete” um respeitável interlocutor dirigente de potência nuclear.

A cúpula de 2018 aliviou a tensão, que recomeçou a recrudescer a partir do fracasso da mal planejada segunda etapa do encontro, em fevereiro deste ano no Vietnã.

Trump tento anunciar o fim formal da guerra que dividiu as Coreias nos anos 1950, só para ver Kim abandonar a mesa de negociações. O caminho pode ser o da força, mas ainda há passos anteriores.

Para Kim, o que interessa é a manutenção de seu regime, um misto de despotismo com toques místicos e stalinismo dos anos 1940. Então ele tende a fazer seus movimentos de forma comedida, esperando a reação americana.

Trump tem um problema duplo, que é lidar com essa renovada confusão enquanto vê os tambores da guerra tocarem no Oriente Médio.

Os EUA despacharam um porta-aviões e bombardeiros pesados para pressionar o Irã.

O país dos aiatolás redobra a aposta contra Washington e indica que, se tudo seguir como está, retomará seu programa nuclear — fazer a bomba lá é mais uma questão de tempo do que de capacidade.

O presidente americano, por todo belicismo de seus assessores mais diretos, mais fala do que faz. Não é de seu interesse, e até aqui ele tem evitado de fato, ampliar a participação dos EUA em guerras.

Há outras pressões, claro, como a de uma cada vez mais lucrativa indústria de defesa. Em 2018, os EUA puxaram o gasto militar mundial — o país despende mais que os 11 próximos integrantes do ranking do gênero compilado pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, de Londres.

Naturalmente, é algo fantasioso creditar ao “complexo militar-industrial” denunciado há 58 anos pelo presidente Dwight Eisenhower todo o risco de guerra envolvendo aos EUA. Mas um símbolo dessa simbiose é a confirmação de um ex-executivo da Boeing, a segunda maior empresa de defesa do mundo, para assumir o cargo de secretário da área no governo Trump.

No caso norte-coreano, há um fator ainda não mensurado: a entrada de Vladimir Putin no jogo. Os russos foram os fiadores do regime dos Kim na Guerra Fria e perderam o posto para outra ditadura comunista, a China.

Só que agora o presidente russo aproveitou o vácuo deixado por Trump após a cúpula fracassada em Hanói, e fez sua própria reunião com Kim. O quanto isso tem a ver com os sinais trocados entre Pyongyang e Washington é o que reserva o próximo capítulo.

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