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Por Redação O Sul | 16 de dezembro de 2019
Desde a criação da Força-Tarefa de Combate aos Roubos no Transporte Coletivo de Porto Alegre, em 2016, os registros de assaltos a ônibus sofreram uma redução de 78% na Capital gaúcha. Informações oficiais apontam uma estatística de 855 incidentes desse tipo entre janeiro e novembro daquele ano, contra 185 no mesmo período em 2019.
Os dados são da Companhia Carris e dos consórcios que operam as linhas do setor, juntamente com EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação), BM (Brigada Militar) e Polícia Civil.
O secretário extraordinário de Mobilidade Urbana de Porto Alegre, Rodrigo Tortoriello, parabenizou os envolvidos e destacou que o resultado auxilia o Projeto de Priorização do Transporte Coletivo do município: “Estamos trabalhando com o prefeito Nelson Marchezan Júnior diversas medidas de retomada de priorização do transporte e é uma satisfação chegar ao fim do ano constatando que todo esse esforço vai por um mesmo caminho, que é o de prestar o melhor serviço à população”.
Já o chefe do Estado-Maior do CPC (Comando de Policiamento da Capital), tenente-coronel Danúbio Lisboa, destacou a importância da integração de informações e ações para os resultados obtidos: “Não adiantava só a Brigada Militar prender, a Polícia Civil fazer a parte da investigação, a EPTC melhorar o sistema. Hoje, com o sistema integrado, conseguimos diminuir drasticamente o número de assaltos a transporte coletivo em Porto Alegre”.
Ainda segundo ele, a efetividade das medidas implementadas decorre do aprimoramento das estratégias. “Nós temos horários de pico, temos zonas específicas, então a ação é naquele local, ela é mais pontual, e isso faz com que ela seja mais efetiva”, complementa.
A GM (Guarda Municipal) reforçou o efetivo em alguns terminais de ônibus, em determinados horários que foram identificados como o de maior vulnerabilidade. “O trabalho da segurança pública começa fracassado se uma só instituição entender que vai trazer para si a responsabilidade, então nada vai funcionar sem uma integração entre órgãos, independente da esfera de governo”, salienta o chefe de equipe operacional da corporação, Franklin dos Santos Filho.
Prisões
Relatórios da Polícia Civil mostram que desde o início da força-tarefa, há quase quatro anos, foram presos ao menos 308 envolvidos em roubos ao transporte coletivo, o que representa uma média de sete por mês. De janeiro a novembro de 2019, já são 74 presos e diversos outros monitorados, aguardando a decretação de suas prisões.
“Podemos dizer que é mais seguro andar de ônibus do que de carro em Porto Alegre”, compara o titular da DRTC (Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos ao Transporte Coletivo), Daniel Mendelski, ao mencionar que os números absolutos apontam para muito mais roubos de veículos do que nos ônibus e lotações na Capital gaúcha.
“A redução é fruto de um trabalho integrado com as forças de segurança, EPTC, empresas, das tripulações que vêm auxiliar nos reconhecimentos e nos depoimentos. Todo mundo se ajudando, a pessoa que deseja cometer o crime acaba não obtendo o sucesso esperado”, acrescenta.
(Marcello Campos)