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Por Redação O Sul | 26 de agosto de 2019
Muito utilizado no Brasil, principalmente para o preenchimento de glúteos, o Polimetilmetacrilato (PMMA) apresentou apenas 1,88% de efeitos colaterais em 1.681 pacientes analisados. Este índice foi o menor comparado a outras técnicas, como implante de silicone e lipoescultura. Os médicos estudaram os casos que passaram pelo procedimento nos últimos dez anos, sendo que o total de aplicações foi de 2.770. A pesquisa ganhou destaque na revista Plastic and Reconstructive Surgery, ligada à Sociedade Americana de Cirurgia Plástica.
De acordo com o estudo brasilieiro, em nenhum caso houve registro de rejeição, migração, deslocamento do produto ou infecção tardia, além de complicações como embolia, necrose e atrofia muscular. O PMMA é composto por microesferas de polimetilmetacrilato e vem sendo usado há mais 70 anos na medicina. Na área estética, o preenchimento com o produto, chamado bioplastia, já é realizado há 30 anos. Até a aprovação da Anvisa, em 2006, os especialistas utilizavam marcas importadas. Desde 2004, o Ministério da Saúde fornece o PMMA para o tratamento de lipoatrofia facial de portadores de HIV, que perdem gordura no rosto por conta do tratamento antiviral. Nos Estados Unidos, ele também é liberado pelo FDA, desde 2006, para preenchimento dérmico.
O médico Roberto Chacur, que também é autor do livro “Ciência e Arte do Preenchimento” (Editora AGE, 2018), é um dos responsáveis do levantamento. O cirurgião ressalta que os casos de complicações divulgados na mídia, geralmente, não foram feitos com PMMA, embora produtos como hidrogel e silicone industrial, que são proibidos para preenchimentos, sejam oferecidos como se fossem polimetilmetacrilato. Vale destacar que o tratamento com PMMA deve ser feito por médico com conhecimento técnico e o produto regulamentado pelos órgãos de saúde. Atualmente, no Brasil, apenas duas indústrias fabricam o preenchedor, uma no Rio Grande do Sul e outra em Goiás.
De acordo com Chacur, as reações adversas apontadas no estudo com maior incidência foram: hematomas (10 casos), seromas (8) e equimoses (7). O cirurgião explicou ainda que todos regrediram naturalmente. O trabalho também cita outros estudos que apontaram taxas de 30% de complicações nos casos de procedimentos com implante de silicone e 10% em procedimentos de lipoescultura. Para os médicos que desenvolveram a pesquisa, o preenchimento com PMMA é uma alternativa segura para o aumento dos glúteos.