Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 22 de maio de 2019
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O governo do Estado interpretou de forma equivocada os 39 votos favoráveis obtidos no 2º turno, retirando a exigência de plebiscito para venda de estatais. A sessão plenária do dia 7 deste mês deixou a impressão de que a maioria estava garantida dali para frente. Na Assembleia Legislativa, ocorrem surpresas.
Parou
Ontem, pela segunda vez consecutiva, não houve decisão sobre as indicações do presidente e dos diretores do Banrisul, que devem ser avaliadas pela Assembleia. O deputado Pedro Pereira, do PSDB, reprisou a rebeldia, dizendo que votaria contra. Logo depois, a deputada Juliana Brizola pediu verificação do quorum. Eram necessários 28 deputados no plenário e só 25 acionaram o botão do placar eletrônico. A votação foi adiada para a próxima semana. Até lá, o governo terá um abacaxi para descascar, sem faca.
Sintomático
A bancada do MDB com oito deputados, e que integra a base do governo, não registrou presença no plenário, determinando obstáculo que o governo não imaginava. A dificuldade do Executivo começou na sessão do dia 14 deste mês, quando o deputado Sebastião Melo indagou na tribuna sobre o critério de aumento salarial da direção do banco. Enfatizou que não era contra os nomes, mas criticou a falta de transparência sobre a mudança de remuneração. A votação foi suspensa.
Está claro
O governo errou no tempo. Se tivesse revisado os salários da diretoria do Banrisul após a aceitação dos nomes indicados, a aprovação na Assembleia seria pacífica, como ocorre há décadas.
No Palácio Farroupilha, é assim: para virar o vento, pode demorar um mês, um dia, uma hora ou um minuto.
Buscando um rumo
O imbróglio do Cais Mauá será tema de audiência pública, às 10h de amanhã, na Assembleia Legislativa. Todas as partes envolvidas confirmaram comparecimento, com exceção do governo. O deputado Sebastião Melo pediu ontem cópia do relatório técnico do Tribunal de Contas do Estado, contrário à renovação do contrato com a empresa vencedora do edital em 2010 e que pouco fez.
Chantagem
Passados três meses e 22 dias das posses, pode-se concluir que o Congresso é novo na composição e antigo nos hábitos. Prova disso é que, para discutir e aprovar a reforma da Previdência, uma quantidade considerável de parlamentares exige a ampliação do número de ministérios. Hoje são 22. Querem aumentar para 29. Manobra para abrir vagas a afilhados que se tornam cabos eleitorais na próxima campanha, ampliando o círculo do poder.
Não há nada de interesse público na tentativa dos parlamentares.
Gesto incontido
Criar mais sete ministérios só fará disparar as despesas. Na gestão pública é assim: sempre encontram um jeito de gastar, e cada vez mais, o dinheiro arrecadado dos impostos.
Frustram esperança
A ampliação do ministério talvez seja o preço que o presidente Jair Bolsonaro tenha de pagar, se quiser aprovar a reforma da Previdência. Trapaça que maus parlamentares querem aplicar. Situação de envergonhar muitos dos eleitores. A 7 de outubro, quando foram às urnas, a esperança era de que haveria mudança para melhor.
Dever de resistir
Espera-se que o presidente Bolsonaro resista e não ceda à chantagem de parlamentares inescrupulosos. A Previdência precisa de reforma para eliminar privilégios, tornando-se segura e capaz de, no futuro, pagar pensões e aposentadorias. Com o déficit aumentando a cada ano, o risco é grande. Basta olhar os números, o que os maus parlamentares não querem fazer. Buscam cargos e mais cargos. Custe o que custar.
No espelho
Os Estados brasileiros se dividem em duas categorias: alguns são difíceis de governar e outros, impossíveis.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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