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Colunistas Future-se

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Das 68 instituições de ensino superior, somente 25 se interessaram pelo programa de financiamento. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O ministro da Educação anunciou proposta de mudanças no financiamento do ensino superior. Trata-se de resposta à penúria em que vivem as universidades federais. A de Mato Grosso, no vermelho, não pagou a conta de luz. As consequências, como diz o conselheiro Acácio, vêm depois. E vieram. O campus ficou às escuras. Alunos perderam aulas. Pesquisas foram pro ralo.

Abraham Weintraub lançou o plano na quarta-feira. Chama-se “Future-se”. O nome despertou a curiosidade de mineiros, baianos, goianos & cia. desta alegre Pindorama. “Existe futurar?”, perguntaram eles. O dicionário diz que sim. Mas, se não existisse, não haveria problema. A língua é generosa. Permite que se criem verbos com a desenvoltura de quem anda pra frente. Basta recorrer ao sufixo –ar. Com ele se formam verbos regulares, os mais comuns na língua.

Valem exemplos. Malufar é filhote do político paulista Paulo Maluf. Em Brasília há um centro universitário chamado Iesb. Campanha publicitária inventou iesbar. “Iesbe-se”, alardeiam outdoors espalhados pela capital. As irmãs Sandra e Márcia Duailibe descobriram uma injustiça no mundo musical. Samba tem sambar. E bolero? Nada. Criaram bolerar. Chico Pinheiro, louquinho pelo fim de semana, anuncia com alegria incontida: “Sextou, minha gente!” Nós o seguimos: “Domingou! Viva!”

Livres e soltos

O Future-se autoriza a doação de ex-alunos para as universidades. Nada mais justo. Eles se formaram nas melhores instituições de ensino do país sem desembolsar um centavo. A prática é comum nos Estados Unidos. Pegará aqui? Talvez. Enquanto esperamos, vale lembrar a reforma ortográfica. A mudança cassou o chapéu dos hiatos o/o e e/em.

Doo, do verbo doar, tinha acento. Deixou de ter. O mesmo ocorreu com perdoo, abençoo, coroo, voo, voos.

A tesourada também atingiu a 3ª pessoa do plural de ver, ler, crer e dar. Veem, leem, creem e deem ficaram livres e soltos, sem lenço e sem documento. Oba!

200 dias

Na quinta, o governo Bolsonaro completou 200 dias. O Planalto quis dar visibilidade à data. Anunciou medidas para comemorar o feito. Entre elas, a liberação de parte do FGTS e o acordo Mercosul-União Europeia. Os festejos obrigaram a turma a recorrer à gramática. A razão: qual o ordinal de 200? É ducentésimo: O governo não deixou passar em branco o ducentésimo dia de mandato de Jair Bolsonaro.

Por falar em numeral…

Que tal recordar os ordinais de 10 a 1.000? Ei-los: décimo (10º), vigésimo (20º), trigésimo (30º), quadragésimo (40º), quinquagésimo (50º), sexagésimo (60º), septuagésimo ou setuagésimo (70º), octogésimo (80º), nonagésimo (90º), centésimo (100º), ducentésimo (200º), tricentésimo (300º), quadringentésimo (400º), quingentésimo (500º), sexcentésimo ou seiscentésimo (600º), septingentésimo ou setingentésimo (700º), octingentésimo (800º), noningentésimo ou nongentésimo (900º), milésimo (1.000º).

Olho vivo

Os ordinais adoram a liberdade. Por isso, mandam o hífen plantar batata no asfalto distante: décimo primeiro, tricentésimo vigésimo quarto, milésimo octogésimo nono.

Leitor pergunta

Por que admitimos o uso do verbo relevar no sentido de tolerar, deixar para lá, esquecer, se o significado é dar relevo, fazer notado?

João Campos, Santos

O dicionário, João, registra várias acepções para o verbo relevar. Entre elas, dar alívio, atenuar, desculpar, conceder perdão. Brigar com o pai de todos nós? Nem pensar. Manda quem pode. Obedece quem tem juízo.

tags: educação

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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