Terça-feira, 14 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 21 de junho de 2019
O general Marcos Antônio Amaro dos Santos, responsável pela segurança da ex-presidente Dilma Rousseff durante cinco anos, será o novo comandante militar do Sudeste. Amaro foi uma espécie de sombra de Dilma, primeiro na Secretaria de Segurança Presidencial e, depois, como ministro-chefe da Casa Militar.
Ele era visto quase diariamente ao lado da ex-presidente, em suas pedaladas pela manhã, compromissos oficiais e viagens pelo Brasil e exterior. Em 3 de julho, Amaro vai assumir o posto pertencente a Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, que comandará a Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro.
Paulista de 61 anos, Amaro assume o Comando Militar do Sudeste no momento em que o governo demite servidores ligados ao Partido dos Trabalhadores. Na última semana, Bolsonaro criticou o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Joaquim Levy, por causa da nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto, que trabalhou em governos do PT, para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do banco. O episódio provocou a saída de Levy da presidência do BNDES.
Bolsonaro também demitiu o general Juarez Aparecido de Paula Cunha da presidência dos Correios por ter se comportado, na interpretação dele, como “sindicalista”. Dias antes, Cunha havia criticado no Congresso o plano de privatização dos Correios.
De janeiro de 2011 a maio de 2016, Amaro vigiou cada passo da presidente Dilma. Em último caso, se o aparato de segurança falhasse, era sua a obrigação de arriscar a própria integridade para impedir, por exemplo, que a presidente fosse atingida por um tiro. Segundo reportagem da época do jornal Correio Braziliense, Amaro era conhecido no Palácio do Planalto como alguém cordial, simpático e discreto.
Em busca de mais privacidade, a presidente não raro escapava da segurança. Certa vez, liberou a guarda de plantão sob o pretexto de que ficaria no Alvorada e montou na garupa de uma Harley-Davidson do então secretário-executivo Carlos Gabas (Previdência). Rodou Brasília ouvindo rock, como mostrou a Folha de S.Paulo à época. Em outra ocasião, Dilma chamou atenção do general por ter sido relapso. A então presidente havia acabado de arrumar o cabelo para sua estreia nas Nações Unidas quando foi surpreendida por uma chuva persistente. Ao perceber que Amaro não tinha um guarda-chuva para protegê-la, apontou para o cabelo com laque e reclamou: “Pô, general.”.
Durante o convívio com a presidente, Amaro foi promovido de general de brigada ao posto de general de divisão e ganhou sua terceira estrela em uma cerimônia em 2014. Apesar da promoção na patente, continuou como Secretário de Segurança da Presidência da República. Em outubro de 2015, foi nomeado ministro-chefe da Casa Militar.
Ao deixar a Presidência, em maio de 2016, Amaro foi nomeado comandante da 3ª Divisão de Exército, em Santa Maria (RS). Chefiava uma tropa de 20 mil homens. Atualmente, ocupa a função de secretário de Economia e Finanças do Exército.