Geral Greve do INSS chega ao terceiro mês
Por Redação O Sul | 9 de setembro de 2015
A greve de servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) entrou ontem no terceiro mês, o que atinge diretamente quem precisa dar entrada em benefícios e aposentadorias. Os médicos peritos também aderiram à paralisação.
Wanderley Fagundes é encarregado de obras. Ele passou por duas cirurgias para tirar um coágulo da cabeça. Está afastado desde abril e, para continuar recebendo o benefício, deveria ter passado por uma perícia no dia 4 deste mês. Ele marcou hora pelo telefone 135 e foi até a agência, mas encontrou tudo fechado.
O benefício deste mês chegou, mas Wanderlei está com medo. “Remarcaram para o dia 26 de outubro nova perícia. Fico na dúvida porque a gente tem visto greve de funcionários públicos durarem seis meses.”
O caso da manicure Leide Mendes é diferente. Ela não consegue trabalhar porque tem um problema na mão e precisa ser operada. Só que para fazer a cirurgia tem que passar pela perícia. “Estou há dois meses sem pagamento. Como é que ficam minhas contas? Sem realizar a perícia, não posso receber o benefício.”
Os servidores do INSS de todo o Brasil estão em greve desde o dia 7 de julho. Eles querem 27,5% de reajuste salarial, jornada de 30 horas e incorporação das gratificações para a aposentadoria. O governo ofereceu 10,8% em duas vezes. A proposta foi rejeitada pela categoria.
O coordenador-geral do Sindsprev, José Bonifácio do Monte, afirmou que a classe conversa com o governo há seis meses sobre as as reivindicações, incorporação e falta de servidores. “Infelizmente, tivemos que paralisar para alcançar nossos objetivos”, garantiu o dirigente sindical pernambucano.
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou que durante a greve as agências do INSS funcionem com pelo menos 60% dos funcionários, mas muitas estão de portas cerradas. (AG)
