Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de setembro de 2019
A polícia de Hong Kong dispersou neste sábado confrontos de grupos rivais de manifestantes contra e favoráveis à China, no mais recente episódio de tensão no centro financeiro asiático nos últimos meses. As informações são dos portais UOL e G1.
Os manifestantes a favor da China gritavam “Apoio à polícia” em um shopping e “China, mais óleo”, em uma adaptação de um grito de manifestantes contra o governo de Pequim que significa “China, mantenha sua força.” “Hong Kong é China”, gritava uma mulher a pessoas que devolviam a fala com palavras obscenas em meio a um tumulto marcado mais por gritos que violência. Os confrontos na região de Kowloon Bay, na “zona especial administrativa” de Hong Kong acabaram tomando as ruas, com cada tumulto sendo registrado por dezenas de celulares. A polícia prendeu várias pessoas.
A tensão foi menor quando comparada a semanas anteriores quando manifestantes contrários a Pequim atacaram instalações símbolo do controle chinês sobre Hong Kong, além de destruírem estações de metrô e incendiarem ruas. A polícia, na ocasião, respondeu com bombas de gás, balas de borracha e canhões de água.
Manifestantes que reclamam sobre a interferência chinesa na ex-colônia britânica saíram às ruas às centenas na sexta-feira. No sábado, eles também se reuniram e entraram em alguns confrontos com a polícia. Hong Kong retornou ao controle de Pequim em 1997 sob uma fórmula de “um país, dois sistemas” que deveria garantir liberdades não permitidas na China continental. A China afirma que Hong Kong é atualmente seu assunto interno.
O país acusa potências internacionais, particularmente Estados Unidos e Inglaterra, de incentivarem os manifestantes.
Manifestantes querem democracia
A crise começou com a denúncia a um projeto de lei que propunha a legalização das extradições para a China. No início deste mês, a chefe-executiva de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou a retirada da proposta.
Mas o movimento se transformou em uma denúncia do corte de liberdades no território, e partiu para a exigência de reformas democráticas. As manifestações continuaram mesmo depois do anúncio de Lam.
Ativistas e analistas dizem que o movimento só terminará quando as autoridades aceitarem algumas exigências essenciais, como uma investigação sobre a polícia, a anistia das quase 1,4 mil pessoas presas e o voto universal. Mas nada indica que o governo chinês aceitará estas exigências.
A princípio, havia sido convocada uma grande manifestação para este domingo (15), mas a polícia não autorizou. As proibições anteriores foram ignoradas pelos organizadores, o que provocou confrontos com policiais.
Os manifestantes também convocaram manifestações para os próximos dois fins de semana e um greve geral, que terá início em outubro.